O idealizador e um dos coordenadores do projeto cultural de rua ‘O Beco é Nosso”, Marcio Antônio Silva, o “Márcio Punk” ingressou oficialmente no Partido Socialista Brasileiro (PSB) para disputar uma vaga na Câmara de Vereadores em Feira de Santana.
Na segunda-feira ele participou do encontro do PSB com a presença da Senadora Lídice da Mata quando foi lançado para Prefeito de Feira o ex-vereador Ângelo Almeida.
Márcio e cerca de 17 pessoas devem formar a chapa de candidatos a vereador do partido para a eleição proporcional de outubro. Este ano para ser eleito, estima-se que um candidato deva ter, no mínimo 1500 votos.
Nesses tempos judicializados começo pedindo habeas-corpus preventivo pelo crime de ”roubar” o título de um clássico da literatura e do cinema norte americano para aplicar nesta nota sobre uma típica ‘briga de província’ envolvendo comerciantes, vereadores e o Prefeito da cidade de Feira de Santana, interior da Bahia.
Peço licença mesmo sabendo pelo dr. google que a própria peça que deu origem ao famoso filme –Quem tem medo de Virgínia Wolff – é uma paródia de Quem tem medo do lobo mau? uma universal e célebre canção infantil.
Portanto, parodio: quem tem medo de José Ronaldo?
E acrescento a pergunta: o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Feira de Santana, conhecido como Ronny, ou o presidente da Associação Comercial de Feira de Santana, Alexandrino?
Os dois são protagonistas de uma acusação mútua no mínimo curiosa: um diz que o outro é que tem medo de enfrentar o Prefeito num assunto muito recorrente em Feira: o ‘ordenamento do Centro da cidade” ou em outras palavras como tornar Feira uma cidade ‘normal’ e sem ‘camelôs nas calçadas’ do Centro da cidade. Eu pessoalmente tenho uma posição diferente mas não vai ao caso aqui.
A polêmica começou no domingo quando o comerciante ‘não tirou o chapéu’ para o presidente da Câmara em um programa na Rádio Subaé AM onde existe o quadro “Para quem você tira o chapéu?” conduzido pelo decano radialista Silvério Silva.
Peço licença também para dizer quem é Silvério, uma legenda do radialismo baiano. Um artista. Cantor, compositor, gravou disco de samba e apresentou programa na televisão Itapoã no auge dos programas de auditório em Salvador. Em Feira criou a Corrida do Jegue que durante muitos anos aconteceu onde hoje é a avenida João Durval (antiga Anchieta).
Essa não é a primeira vez que o programa causa um rebuliço. No início de um dos governos de José Ronaldo em Feira (o Prefeito comanda o poder político há 16 anos…), o professor Josué Mello, secretário de Educação recém empossado, participou do ‘tira chapéu’ e dias depois foi destituído pelo Prefeito.Josué, ao contrário de Alexandrino, “tirou o chapéu” mas para um então adversário de Ronaldo, o hoje aliado Colbert Martins. Pagou caro, fez a mala, passou um tempo em Salvador mas, graças a Deus já está na Terra de Lucas.
Pois bem, nem Ronny nem Alexandrino serão ‘punidos’ por nada e por ninguém pelo ato de tirar ou não tirar o chapéu no programa de Silvério.
Mas ao contrário de Josué, ambos terminaram mostrando o medo que têm. A fraqueza das instituições que representam e o vácuo na cidadania do Município.
A questão então não é mais quem tem, mas é: quem tem MAIS medo de Ronaldo?
A senadora Lídice da Mata veio ontem a Feira de Santana e lançou a pré candidatura do ex-vereador Ângelo Almeida à Prefeitura do Município, em uma solenidade política onde foram apresentados também diversos pré-candidatos a vereador.
Ao discursar a senadora observou que “devido à sua importância econômica, Feira deveria estar brigando por um metrô ou um VLT- Veículo Leve Sobre Trilhos“.
Para ela, Angelo Almeida representa um jeito novo de fazer política “e a cidade precisa assumir a cara de uma cidade moderna”, disse.
A senadora Lídice da Mata também fez referências às figuras de Hosanaah Leite, Francisco Pinto e Colbert Martins como protagonistas de lutas políticas de Feira de Santana.
O governador da Bahia, Rui Costa, estará na reunião que acontece, nesta terça-feira (22), em Brasília, com os 27 governadores e a presidenta Dilma Rousseff.
Antes de viajar, Rui criticou o clima de ódio e confrontos decorrentes da crise política que o País está vivendo atualmente e acrescentou: “precisamos canalizar nossas forças, nossas energias para o bem, para, mesmo na divergência, encontrar consenso”.
Para Rui, “nós não estamos vivendo só uma crise política e econômica, nós estamos vivendo uma crise civilizatória”, lembrando que o Brasil sempre ostentou a imagem de um povo tolerante, embora com forte desigualdade social, capaz de conviver pacificamente em um clima de harmonia.
Na avaliação do governador Rui Costa o momento vivido no país “precisa de uma reflexão coletiva o mais rápido possível, antes que nós caminhemos para uma situação ainda mais triste e mais dramática do que essa”.