Muitas são as críticas sobre as baronesas que tampam o espelho d’água da Lagoa Grande. De fato é um problema causado pelo lançamento de esgoto naquele corpo hídrico. Mas de quem é a culpa?
Os puxa-sacos do prefeito aplaudem a situação e aproveitam o fato para criticar, da forma errada, dado que a responsabilidade elementar sobre o tema está no município.
Até os meios de comunicação locais desinformam a população sobre este assunto. Fazem isso não se sabe se por ignorância ou por desfaçatez.
Feira de Santana, por não possuir um projeto de cidade, expande sua área urbana, majoritariamente, sem critério definido, destruindo seu patrimônio ambiental. É competência municipal a gestão do uso do solo para delimitar quais áreas devem ser ocupadas e preservadas.
Ao não fazer isso, a população em busca de moradia, dá seu jeito e constrói sua casa onde lhe for possível. E ai está o impasse: o município permite (ou estimula) a ocupação na lagoa, que por sua vez poluem com esgoto doméstico e/ou lixo e o estado tem de segurar a batata quente ou balançar a criança que ela não necessariamente pariu.
Mas quem mandou meter mão na Lagoa Grande sem exigir do município um plano de ocupação urbana?
Bruno Sodré é Engenheiro Civil, Mestrando em Planejamento Territorial (UEFS)
foto:Glauco Wanderley