O movimento contra o BRT de Salvador repete o que houve em Feira de Santana, principalmente nos anos 2015-16, com uma diferença essencial: aqui em Feira o governo Rui Costa (PT) foi conivente com o projeto até o fato consumado para em seguida o deputado Zé Neto tomar uma posição contrária num faz-de-conta político que só prejudicou a população.
Em Feira, como agora ocorre em Salvador, o governo municipal tenta minimizar o impacto ambiental e recorreu a diversos expedientes para descredibilizar os protestos, inclusive com a acusação de ”vandalismo’.
O Governo do Estado e os políticos a ele ligados, no entanto, ficaram distantes dos protestos enquanto diversos setores da comunidade pediam mudanças no projeto.
Os Ministérios públicos também foram acionados e chegou-se até a embargos e paralisação da obra.
O ponto alto da contestação em Feira se deu com a ocupação do canteiro de obras por um grupo de ativistas.
A Prefeitura de Feira conseguiu tocar a obra, embora tenha feito modificações no projeto original diminuindo a devastação ambiental que estava prevista para a avenida Getúlio Vargas.
Uma das razões apontadas para o silêncio do Governo do Estado era o desejo do governador de ter o prefeito de Feira de Santana, Jose Ronaldo (DEM) como futuro aliado político. Hoje o democrata é o principal opositor de Rui Costa nessa eleição de 2018.