O relato do advogado Celso Pereira na Comissão da Verdade, esta semana, em Feira de Santana, trouxe novamente a público uma história da ‘prensa de fumo’, na qual ele e o ativista Sinval Galeão (foto) foram torturados pela Ditadura Militar.
O advogado participava do governo do então prefeito de Feira, Chico Pinto quando aconteceu o golpe.Sinval era ativista sindical e comerciário. Foram detidos e levados para um armazém na Queimadinha onde estavam os militares alagoanos responsáveis pela repressão nos primeiros dias do golpe de 64 em Feira.
Lá eles foram torturados fisicamente: presos em uma ‘prensa-de-fumo’ , espancados e colocados juntos, de pé, dentro de um pneu exposto ao sol durante todo o dia.
Celso mesclou a narrativa com estilo. Contou histórias paralelas, pessoais, descreveu detalhes, lembrou nomes e peculiaridades de pessoas, como por exemplo a gagueira de um comandante da Polícia Militar na época.
Sinval Galeão é o coordenador do grupo de apoio à Comissão da Verdade da Bahia, que é presidida pelo professor Joviniano Neto.