A história oficial é só uma das muitas versões da história, que, como fonte privilegiada, carece de credibilidade absoluta, pois seleciona seus agentes, os poderosos, e conta apenas a versão destes.
Ainda que testemunhemos os acontecimentos, jamais nos foi ou será dadas as condições de conhecermos todas as versões dos fatos.
Seria muita pretensão dos que não mergulharam no exercício árduo e fascinante da pesquisa, o que pressupõe a consulta cuidadosa às diversas fontes, principalmente às mais desprestigiadas, julgar e sentenciar os “sem vozes”.
Lembremos sempre que os verdadeiros bandidos do Brasil estão e sempre estiveram empoleirados nos centros do Poder, recebendo aplausos e votos, como cartas brancas dos tolos para oprimirem os mais fracos, explorá-los, massacrá-los e criminalizá-los.
Eu escolho reverenciar os homens simples, mas capazes de resistir ao jogo sujo da dominação, porque são a expressão de uma reserva humana que restou num tempo em que triunfam a bestialidade disfarçada de mansidão (porque seus portadores exercem sua fúria contida oprimindo o mais fraco que ele) e a estupidez que sobressai da tola pretensa sabedoria.
Vivam na nossa memória os raros exemplos de coragem dos Lucas, dosLampiões, dos Conselheiros! Eles resistiram do jeito que puderam à negação brutal de suas humanidades!
Morram os covardes, os alienados voluntários, os falsos moralistas, os hipócritas e, PRINCIPALMENTE, os conformados bajuladores dos bandidos oficiais, pela sua submissão e por defenderem a hegemonia da usurpação tradicional ainda vigente neste país!
Vera Lopes/facebook
Professora universitária
Foto: Zumbi dos Palmares, na praça da Sé, em Salvador, de Edson Borges.