Sou desses que geralmente prefere não criticar certas vozes para evitar que elas sejam amplificadas e disseminadas para mais ouvidos, mas há casos em que é impossível se conter.
Principalmente quando vejo a edificação de um senso comum simplista, perverso e moralista (no pior sentido do termo). O discurso abaixo, transmitido em rede nacional pelo SBT, tem essas características, e mais pitadas de sensacionalismo e fascismo:
Ela se refere ao caso em que um adolescente de 16 anos acusado de roubo foi encontrado acorrentado a um poste no Rio de Janeiro:
O pior é que há muitos policiais por aí defendendo as teses proclamadas no vídeo, e outras da mesma autora, que virou “porta voz” de setores policiais que entendem que precisamos de políticas de “mão dura” contra parte específica da sociedade brasileira (que não é aquela dona de privilégios sociais, políticos e econômicos).
Nenhuma violência deve ser celebrada.Tentativas violentas de vingança e “resposta” a outros atos violentos apenas alimentam os ciclos de violência.
Aos policiais, sugiro não caírem no “conto do vigário”, em discursos inflamados de quem está pronta para seguir os ventos da audiência polemizante.
Danillo Ferreira /Abordagem Policial