Se engana quem pensa que as vendas de animais no Complexo Campo do Gado, em Feira de Santana, se restringem a bovinos.
Às segundas-feiras também é grande o movimento de compra e venda de cavalos, mulas, burros e jumentos, mais caprinos e ovinos.
O comércio destas raças é tão antigo quanto a venda de bois. E vem crescendo nos últimos meses. São animais para todos os bolsos.
O treinador João Cowboy, do Haras Prado, levou um vistoso e arisco potro que classificou de “mangolina”, mistura de manga-larga com campolina. Preço: sete mil reais. “É um animal de qualidade, mas dificilmente vou vendê-lo aqui”. Diz que leva animais para o Campo do Gado para garantir contatos futuros.
Antônio Pereira de Jesus levou três animais para o entreposto. “Não são caros”, oferecia. “Se alguém me der R$ 100 pelo cavalo volto para casa sem ele”. O animal parecia que não estava em melhores condições de saúde. Alguns ossos se destacavam sob o pelo. “Foi de carroça, mas ainda está bom”, argumentava.
Os olhos treinados de Antônio dos Santos, que compra e vende estes animais há décadas, observa os animais cujos donos dão voltas e mais voltas pelo grande curral, exibindo-os. “Quem quer comprar não deve se deixar levar pelas aparências do animal”, ensina. “É sempre bom perguntar a quem entende do riscado antes de fechar o negócio”.
De acordo com o diretor do Complexo Campo do Gado, Márcio Cunha, o setor onde são vendidos ovinos e caprinos está movimentado nos últimos meses. “Às segundas-feiras as vendas facilmente atingem cem animais, diferentemente de algum tempo atrás, quando não era vendida nem a metade destes animais”.
Ordachson Gonçalves/ Bicho do Tomba
Foto de Robélio Junior