O projeto do BRT de Feira de Santana, não apresenta apenas falhas e erros localizados e setoriais.
É um projeto todo equivocado e mal concebido. Não apresenta nenhuma solução para o transporte de Feira de Santana com a abrangência dos percursos mais determinantes, e com as soluções que sinalizem o fluxo origem destino.
As medidas e providências para a melhoria do transporte em Feira começam nos bairros mais afastados. É lá que começa a solução, e se desenvolve por todos os percursos até o centro urbano. A solução abrange todo este território.
O projeto da PRISMA se restringe apenas a interferir no centro da cidade. Totaliza quase todas as ações dentro do Anel de Contorno.
Ora, nós temos bairros que ficam a mais de 4km do Anel de Contorno. Temos fluxos de gente que trabalha nas indústrias localizadas a mais de 6 km após o Contorno.Já observamos sinais claros de CONURBAÇÃO do nosso centro urbano com o município de São Gonçalo dos Campos.
Mas o projeto da PRISMA não abrange esta dimensão, e nos apresenta soluções pequenas, acanhadas.Mas o montante é GIGANTESCO. CEM MILHÕES DE REAIS é muito dinheiro para ser jogado fora. Não sabemos como é este contrato. É a fundo perdido? Em quanto tempo deverá ser pago? E, em que condições?
As soluções são de resultados muito pequenos, eu diria até mesquinhos. Mas o IMPACTO será COLOSSAL. Muitas ÁRVORES serão arrancadas. Muitas vias e sítios importantes para a vida da cidade serão desfigurados. Até o nosso CENTRO HISTÓRICO, será atingido. Não foi PRESERVADO.
Este projeto da PRISMA é inadequado para a cidade de Feira de Santana.
As nossas ponderações foram confirmadas pela análise da especialista Dra. Fátima Silva, trazida aqui para a nossa cidade pela associação dos ENGENHEIROS DE FEIRA..
Além da confirmação dos pontos que achamos errados no projeto a especialista acrescentou que a aplicação do sistema BRT na sua forma finalizada usando calhas exclusivas, ônibus articulado, estações fechadas e quatro terminais, é inoportuna e concluiu que será um sistema dispendioso para a demanda que alcança.Ou seja, a passagem terá que ser subsidiada por muito tempo ainda.
A especialista informou que a adoção do sistema BRT, na sua forma finalizada só é aconselhável em cidades com o dobro da nossa população.
Porém finalizou dizendo que deveríamos adotar soluções intermediárias que aplicariam melhorias no sistema viário, visando inclusive a adoção do sistema BRT AVANÇADO , talvez nos próximos cinco anos.
Já fiz aqui, algo em torno de mais de meia dezena de indagações à empresa PRISMA CONSULTORIA.Até o momento esta empresa não sinalizou nenhuma resposta.
Eu penso que deve ser uma empresa TECNICAMENTE idônea. Deve constar algum tipo de credenciamento junto ao MINISTÉRIO DAS CIDADES. Se não, não teria elaborado este plano. Deverá ser fácil localizar os responsáveis através do MINISTÉRIO DAS CIDADES.
Mas, mesmo assim, faria ainda outra pergunta:
Afinal. Constatados tantos erros de projeto. Muitos erros de CONCEPÇÃO. Erros de análise e de leitura da nossa realidade urbana. QUAL FOI O VERDADEIRO OBJETIVO DESTE PROJETO?
Terá sido apenas uma forma de credenciar o Município de Feira de Santana, nos recursos do PAC, mais precisamente na linha de crédito que destaca o sistema BRT?
O apelo da solução usando o sistema BRT de transporte é apenas para conseguir o recurso e construir no bojo deste plano dois TÚNEIS URBANOS? Porque o recurso para a execução dos TÚNEIS, englobam 50% do total do orçamento do BRT.
CONCLUSÃO.
Penso que o Município de Feira de Santana, deve arquivar este projeto que a PRISMA CONSULTORIA apresenta. Cancelar o vultoso empréstimo, e devemos pensar no PLANEJAMENTO de Feira.
Devemos iniciar um estudo completo de um PLANO DIRETOR DE TRANSPORTE E TRÂNSITO. Que possa ser implantado ao longo de determinado prazo, e que vise inclusive a adoção do sistema BRT, nas suas formas mais simples até a previsão do uso da tecnologia mais avançada.
Um estudo que permita o detalhamento de todos os percurso e de suas melhorias. Isto não inviabiliza a elaboração do PDDU PARTICIPATIVO. Que também queremos. Poderão andar juntos, estes estudos.