O poeta, e jornalista Aloísio Resende (1900-1941) tem despertado o interesse de estudiosos, curiosos e acadêmicos.
Aloísio Resende, poeta dos candomblés: histórias das populações negras em Feira de Santana-BA, é um livro organizado pelo prof. Dr. Josivaldo Pires de Oliveira (Bel Pires), do Colegiado de História do Campus XIII da UNEB, que reúne ensaios que tratam sobre a experiência do poeta negro Aloísio Resende que viveu em Feira de Santata na primeira metade do século XX.
Na Universidade de Caxias do Sul, os professores Roberto Henrique Seidel e Paulo Robério Castro Rabelo apresentaram um trabalho “A cor de Aloísio Resende e a cor preta da Pemba” , abordando um dos poemas de Resende que morreu em 1941.
Redator do mais importante jornal de Feira de Santana na década de 30, ele abriu espaço no jornal “Folha do Norte” para suas notas e poemas relacionados à religião do Candomblé, reprimida pelas leis e costumes da elite da época.
Tornou-se, na visão contemporânea da maioria dos que estudam a vida dele, numa espécie de “porta-voz” do povo afro-descendente.
Abaixo, o poema ‘Pemba”;
Pemba, não é só do bem como do mal,
Que os pretos nos pejis fazem segredo,
A sua força, o seu poder é tal
Que dela o preto, muita vez, tem medo.
Pó que se torna aos olhos, invisível,
Soprado atrás de alguém, jamais ilude,
Pois o efeito se faz sentir, incrível,
Que em cada cor possue certa virtude.
Quer seja para o mal ou para o bem,
Seu mágico poder, porém, consiste
Na intenção com que é posta sobre alguém
E à qual humano nunca resiste.
Entre as diversas pembas, todavia,
Para tudo de ruim levar-se à cabo
Tem a preta, de fato a primazia,
Pemba, pemba do mal, pemba do diabo!
Pemba
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Aloísio Resende,’Poeta dos Candomblés’ é tema de livros e estudos https://t.co/BSdg9Ky16v