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André Pomponet
sexta-feira, 7 de setembro de 2018 / Publicado em Colunistas, Home

“A impressionante diversidade do Mercado de Arte Popular de Feira”, por André Pomponet

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O Mercado de Arte Popular, o popular MAP, constitui um dos espaços mais interessantes para se frequentar na Feira de Santana. Quem visita aquela edificação antiga – o ano gravado na fachada é de 1914, mas foi formalmente inaugurada em 27 de março de 1915 -, originalmente utilizada como mercado público ao longo de boa parte do século XX, não se impressiona apenas com suas colunas toscanas intocadas ou com suas fachadas envolvidas em arcos, que dão acesso aos boxes. Mais impressionante é a diversidade humana que percorre seus corredores.

Para começar, é ampla a variedade de produtos oferecidos por seus comerciantes. Ali se encontra desde o cordel até as tradicionais lembranças da Bahia: os coqueiros, o capoeirista, a baiana paramentada, às vezes cangaceiros que fazem alusão ao sertão. Mas há também incontáveis opções para quem aprecia vestuário alternativo, nos boxes, além da suculenta maniçoba cujo aroma magnetiza quem circula por ali.

Nas cercanias do mercado o movimento é frenético: no calçadão no fundo, misturam-se relojoeiros, chaveiros, lojas de artigos para cozinha, além de uma variada fauna de consumidores e passantes que tornam aquela artéria agitada. Os becos laterais, por sua vez, abrigam diversidade igualmente abrangente: de roupa a acessório para celular, de antenas a mídias digitais é possível encontrar de tudo.

Há também quem passe vendendo, exercendo o penoso ofício de ambulante. Carteiras, cintos, adesivos, chaveiros, bombons, trufas ou quinquilharias chinesas, são incontáveis as opções. Uns passam apregoando seus produtos; outros circulam silenciosos, fazendo abordagens discretas; em muitos, é possível intuir uma ponta de amargura com a rotina ou os lucros escassos.

Encontro

Mas o Mercado de Arte Popular é local de afluência. Talvez por isso prevaleça a saudação ruidosa daqueles programas combinados – sobretudo aos sábados, quando o entreposto regurgita – e a alegria fortuita dos encontros casuais. Muitos papos animados se desdobram em brindes com a cerveja gelada vendidas nos boxes, em maniçoba compartilhada como tira-gosto.

É muito diverso o perfil de quem frequenta o entreposto. Há idosos sisudos, saudosos da Feira de Santana antiga, que renovam o ânimo percorrendo os corredores do mercado; há quem vá ao centro da cidade resolver pendências e se retarde por ali, aproveitando para almoçar nos restaurantes baratos; e há a juventude com visual alternativo, que vai se divertir com as apresentações musicais no palco.

Um exame atento permite constatar que o Mercado de Arte é um dos espaços prediletos de muitos afrodescendentes feirenses. Vários frequentam o entreposto, além dos jovens engajados na cultura, outros que frequentam o meio acadêmico, além dos artistas, dos artesãos, dos capoeiristas e, nos sábados mais animados, do pessoal do samba de roda. Essa predileção contribui para efervescência do espaço.

Conversas

Nesses tempos de crescentes contatos meramente virtuais, não falta ali quem aprecie um papo à moda antiga: frente à frente, olho no olho. Muito debate surge espontaneamente nessas tardes festivas, pois é onde as redes de relacionamento se conectam – os artistas, os acadêmicos, os jornalistas, os políticos – e qualquer centelha de conversa deflagra papos que se estendem noite de sábado afora.

Embora mais raros, encontros casuais sempre aconteceram ali naqueles corredores, por onde circula muita gente todos os dias. Mas as apresentações musicais nos sábados – que costumam prestigiar os artistas locais – contribuem para a afluência maior, para uma maior integração entre muitos feirenses e aquela vibrante arena da cultura local. É uma iniciativa que deve ser preservada e reconhecida.

Há décadas se fala da escassez de espaços culturais na Feira de Santana. Isso vem mudando, felizmente: muita gente jovem vem se engajando em diversas manifestações artísticas, os espaços se ampliaram e – mesmo ainda embrionário – há um incipiente processo de formação de público. Mas é necessário mais. Nesse processo, o Mercado de Arte Popular pode exercer um papel ainda mais relevante.

André Pomponet é jornalista e economista especialista em Política Pública e Gestão Governamental

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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