A pandemia do novo coronavírus surpreendeu o mundo, trazendo consequências impactantes na vida de todos. Escolas e universidades fechadas, comércio funcionando parcialmente e, em algumas capitais rodízio para a circulação de veículos e até o lockdown (bloqueio total) eram medidas impensáveis até então. Em meio a tudo isso, uma crise política com desdobramentos imprevisíveis e desnecessários, quando todas as atenções estão voltadas para preservação de vidas e cuidado com a saúde das pessoas.
As considerações são do advogado Raphael Pitombo de Cristo, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Feira de Santana. Jovem, com apenas 37 anos, ele começou a gerir recentemente a entidade, com a experiência de quem já foi tesoureiro e vice-presidente.
Ele avalia que o momento é de incerteza, sobretudo para os jovens, seja para aqueles que pretendem uma vaga na universidade, ou até mesmo para os que estão prontos para o mercado de trabalho, tanto no setor público, que não oferece oportunidades, quanto no setor privado, totalmente desaquecido. “Entretanto, o domínio da tecnologia pode ser um facilitador na busca por uma atividade remunerada”, acrescenta.
O presidente da OAB Feira chama a atenção para a tendência no aumento da criminalidade, que ocorre justamente por conta do desemprego, uma situação que desafia a economia do país, agora agravada pelo fechamento de empresas comerciais e de outros segmentos. Os crimes são de naturezas diversas, desde a violência doméstica, que tem apresentado crescimento maior durante a pandemia, não apenas no Brasil, mas em outros países. “Sem esquecer os crimes motivados por uso e comercialização de drogas, até os assassinatos por roubos em estabelecimentos comerciais”.
Em Feira de Santana não é diferente. Cidade que se caracteriza pela força do comércio, já são sentidos no bolso os efeitos da pandemia. A cada semana sobem os preços dos alimentos que compõem a cesta básica, o que dificulta ainda mais a vida daqueles que têm menor poder aquisitivo, ou seja, a classe mais desassistida da população, frisa o advogado.
Segundo Raphael Pitombo, no âmbito da advocacia e do Poder Judiciário, a pandemia de igual forma trouxe efeitos muito negativos, tendo em vista a suspensão de atividades presenciais, tais como audiências, julgamentos e perícias.
“Sem dúvida será um período de grande dificuldade para os advogados, os quais sofrerão prejuízos nas suas receitas e no exercício da atividade profissional. Contudo é o momento de estudo e preparação para as ações posteriores à pandemia, pois a advocacia ocupará papel de protagonismo na resolução das demandas que surgirão em decorrência do Covid 19 nas mais variadas áreas do Direito”, pontua Raphael Pitombo.
O impacto da pandemia acena com uma recessão global com poucos precedentes na economia brasileira. Tanto é assim que, com as medidas restritivas adotadas em função da crise sanitária, a previsão de queda do PIB brasileiro é de 4,7% em 2020. O cenário é de uma recessão econômica grave, afetando diretamente todos os setores. “Mas não podemos perder a esperança, pois toda crise traz consigo oportunidades, que devem ser observadas e aproveitadas”.
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