
A cultura do café na Bahia vem ganhando, cada vez mais, lugar de destaque no país, com a qualidade dos grãos, especialmente os produzidos por agricultores e agricultoras familiares, em locais como a Chapada Diamantina e o Sudoeste Baiano. Os cafés atraem consumidores de diversas partes do mundo.
São as cooperativas da agricultura familiar que diversificam a produção, melhoram a qualidade do café baiano que possui classificações entre o Tradicional, Gourmet, Especial, Premium, Superior e Orgânico,e é vendido em grãos ou moídos
Um desses exemplos bem-sucedidos é o da Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), que surgiu da iniciativa de cafeicultores da agricultura familiar do município de Piatã, na Chapada Diamantina, e o da Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac), no município de Barra do Choça, conhecida como a “Capital do Café”.
Piatã é o município produtor de café mais alto do Norte e Nordeste, com lavouras em altitudes de 1.260 a 1.400 metros, o que permite obter excelentes resultados. Prova disso são as premiações em eventos como o Cup of Excelence, promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Só na edição 2019, os cafés de três produtores da Coopiatã ficaram entre os 10 primeiros no concurso, sendo um deles em 3º lugar.
Para apoiar o sistema produtivo do café, o Governo do Estado está investindo R$10,4 milhões, por meio do Projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial. Os recursos estão sendo aplicados em 12 empreendimentos da agricultura familiar, beneficiando diretamente mais de 1.100 famílias.
A Coopiatã, tem uma produção anual de quatro a cinco mil sacas de café, comercializadas nas marcas Coopiatã, Do Bão, Rígno, Rafereito, Taperinha, Café da Lucineia, Café do João, Entrevales, Cafundó e Reserva da Chapada. São exportados para a Austrália e comercializados em lojas especializadas, por meio de plataformas digitais como balcao.online/coophub e w
A Cooperativa está recebendo do Governo do Estado recursos da ordem de R$1,8 milhão, com ações que incluem a implantação de uma agroindústria de torrefação, que vai reduzir os custos com produção: no beneficiamento de cafés especiais, antes um serviço terceirizado; assistência técnica e extensão rural (Ater), para a melhoria da qualidade dos grãos; aquisição de um veículo utilitário; e investimentos voltados para estratégias de acesso ao mercado.
No Sudoeste
No Sudoeste Baiano, a Cooperativa Mista dos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac) produz, por ano, cerca de 280 mil sacas com o cultivo em altitudes que variam entre 850 e 1.280 metros. A presidente da Cooperbac, Joahra Oliveira, explica que cafés cultivados em altas altitudes apresentam uma doçura marcante, dando um resultado diferenciado ao café. Ela salienta que cafés oriundos da agricultura familiar têm um trato cultural diferenciado, voltado à sustentabilidade ambiental, com a perspectiva de manter o agricultor no campo, conservando o meio ambiente, com respeito pelas pessoas que consomem o produto final, até a bebida na xícara.
“Quem trabalha com o café precisa entender a influência exercida por todos os aspectos presentes no cultivo de sua matéria-prima: o grão de café. Conhecer as diferenças entre as espécies, suas peculiaridades e os equipamentos corretos a serem utilizados. Essas são as melhores formas de atingir o sucesso na cafeicultura”, observa Joahra.
O Governo do Estado vem investindo, nos últimos anos, na Cooperbac. Só por meio de editais do Bahia Produtiva/CAR/SDR, estão sendo destinados recursos da ordem de R$ 4,4 milhões. As ações estão contribuindo para a melhoria de todo o processo produtivo e escoamento da produção da cooperativa, com agroindústria qualificada, infraestrutura adequada, consultoria na gestão e assistência técnica e extensão rural (Ater). Por meio do projeto, estão sendo desenvolvidas ainda iniciativas voltadas para o melhoramento da base produtiva, a logística e o aprimoramento do trato no pós-colheita, além de estratégias de comercialização.