Que partido deve sair como um dos grandes vitoriosos nas eleições 2020 aqui na Bahia? Não é difícil adivinhar: entre eles, certamente estará o PSD do senador Otto Alencar. Os números da legenda no estado impressionam: são 240 candidatos a prefeito e 151 candidatos a vice-prefeito. Isso significa que o partido está representado em mais de 300 municípios baianos na eleição majoritária. Nenhuma outra legenda, sequer, chega perto disso.
Os números em relação ao legislativo também espantam: são 4.682 candidatos a vereador. Os dados são oficiais, do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Um novo êxito eleitoral – e tudo sinaliza para isso – vai aumentar o cacife do senador e ex-governador nas concertações para as eleições gerais de 2022.
Quem tenta fazer sombra à legenda é o PP do vice-governador João Leão. O partido também tem números bem robustos: 175 candidatos a prefeito e outros 124 disputando como vice. O exército que se bate por vagas no Legislativo dos municípios baianos também é significativo: são precisos 3.862 postulantes à vereança.
Em terceiro lugar aparece o PT, que tenta se reerguer do baque das eleições municipais de 2016. Na Bahia, o partido investe em 146 candidaturas a prefeito e em outras 135 para vice-prefeito. Há 3.569 pretendentes tentando chegar às câmaras municipais. Não está distante dos números do PP, mas fica muito longe do PSD de Otto Alencar.
E a oposição?
A oposição, por sua vez, tenta se equipar para a disputa de 2022. Os números, óbvio, não são aqueles da situação. Mas já foram piores, por exemplo, para o DEM: em 2020 o partido tem 95 candidatos a prefeito e outros 106 postulando a condição de vice. É o melhor cenário desde que o PT chegou ao poder na Bahia, em 2006. A maior capilaridade tende a tornar a legenda mais competitiva daqui a dois anos.
Quem definha é o MDB: são apenas 39 candidatos a prefeito e 47 candidatos a vice. Os números tímidos se devem à derrocada política da família Vieira Lima, que há muito tempo controla a legenda na Bahia. O prefeito feirense Colbert Filho, que tenta a reeleição, é, a propósito, o nome mais vistoso do partido nas eleições baianas.
Os números permitem outra constatação. A badalada “nova política” – clichê esperto para os mesmos hábitos antigos – não vingou na Bahia. O PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro, o “mito”, por exemplo, só tem 15 candidatos a prefeito. Outros 19 tentam a sorte como vice. Pouco para tanta mudança.
O cenário eleitoral de 2022 vai começar a se desenhar em 15 de novembro, quando acontecem as eleições municipais. Tudo indica que PSD e PP emergirão, mais uma vez, como grandes vencedores. A aliança com o petismo, então, está garantida para daqui a dois anos? É bom não se precipitar.
Tudo vai depender do instável cenário nacional que, por sua instabilidade crônica, só vai ficar mais claro às vésperas da eleição…
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