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André Pomponet
sexta-feira, 6 de novembro de 2020 / Publicado em Colunistas, Home

Os cheiros do verão baiano

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Num ano remoto, bem no começo da adolescência, passei parte do verão em Salvador. No sítio amplo conheci familiares, fiz muitas amizades e, até hoje, guardo ternas e inesquecíveis recordações daqueles dias. Foi lá que se fixaram, para mim, os cheiros do verão. Cheiros tropicais, intensos, sensuais até: das mangas maduras, convidativas, nas inúmeras mangueiras; das jacas moles, cor de ouro, partidas e consumidas com voracidade; e dos cajus vermelhos e amarelos, de sabor suave, que pendem graciosamente dos cajueiros.

Desde então, à medida que o verão se aproxima, as lembranças desses cheiros se ativam nas circunstâncias mais inesperadas. Nesta semana de trovoadas que apenas se insinuam aqui na Feira de Santana – mas que caem rijas, caudalosas, Bahia afora – a nebulosidade, a brisa úmida e a expectativa muda que dança na atmosfera despertaram, mais uma vez, essas recordações.

Peguei-me matutando: será que os cajueiros já floriram no rural feirense? Soube que sim. Nos janeiros fartos a fruta abunda nos baldes e cestos nas frenéticas artérias do centro da cidade e no Centro de Abastecimento, sempre agitado. Nas cozinhas, o caju torna-se matéria-prima para sucos e doces e, pelos botequins feirenses, os devotos da caninha endereçam olhares ternos para a fruta que contracena tão bem com a aguardente.

São mais escassas as soberbas jaqueiras aqui na Feira de Santana. Mas a fruta é comum nas feiras-livres, nos mercadinhos de bairro. A jaca dura é vendida em fatias. Afinal, as famílias encolheram e poucos dão conta de tanta fartura. Muitos enjoam, jaca exige paladar afinado. Lembro que, naquele verão longínquo, comíamos jaca logo cedo, sob a sombra generosa de uma jaqueira qualquer que, generosamente, cedia seus frutos…

E as mangueiras? As mangueiras que teimam em muitos quintais feirenses oferecem sombra farta, frutos saborosos e abrigo para os pássaros. Às vezes ouve-se até um sabiá magistral numa destas árvores. E o feirense, enlevado, reconecta-se àquela paz que só a natureza proporciona. Noto que muitas mangueiras estão florindo e, nalgumas delas, os frutos, bem miúdos, já desabrocham.

Mas nada me reconecta tanto com o passado como aqueles momentos que sucedem uma trovoada. Sobretudo essas de começo de tarde. Permanece, no ar, um cheiro intenso de terra molhada; a temperatura amena – que dura só alguns instantes e é cariciosa – dá uma tênue sensação de leveza; e o canto dos pássaros – inspirados nos meses ensolarados – completa o cenário. Mas tudo é muito breve, como os mais magníficos espetáculos da natureza.

Apesar das chuvas intensas que caíram sobre toda a Bahia, a Feira de Santana só registrou chuva miúda. Nada daquelas trovoadas temíveis, tão aguardadas pelos sertanejos e que, por instantes, permitem esse alumbramento efêmero que é a conexão consigo mesmo e com as mais doces recordações do passado…

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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