Pesquisadores da UEFS publicaram hoje (9) resultados preliminares de um estudo sobre o ICMS em Feira de Santana que constatou um aumento no montante do tributo, que já passa de 1 bilhão de reais no acumulado dos últimos 12 meses. Apesar do choque causado pela pandemia, a arrecadação segue crescendo desde junho, tendo sido maior em todos os meses subsequentes que os valores observados nos 3 anos anteriores.
Os pesquisadores ressaltam, contudo, que apesar da “arrecadação de ICMS em Feira de Santana [ter] surpreendido positivamente”, não há “qualquer garantia que essa dinâmica persista ao longo dos próximos meses”. Segundo o estudo, esse crescimento inesperado decorre sobretudo do pagamento do auxílio emergencial, que representou quase 150 milhões de reais entre os meses de setembro e outubro.
A pesquisa, no entanto, chama atenção para o fato de que esse crescimento pode não ser sustentado em 2021: “Os dados disponíveis até o momento revelam que o mercado de trabalho no município de Feira de Santana ainda não se recuperou completamente do choque da pandemia, de modo que o estoque de trabalhadores celetistas no início de outubro era bem menor do que o estoque verificado no final do ano passado. A arrecadação de impostos aumenta ao passo que o nível emprego formal cai. […] Acreditamos que se a inflação do produtor (que tem sido bastante elevada) passar a divergir menos da inflação do consumidor (que está bem comportada), o auxílio emergencial às famílias se extinguir (o que deve acontecer em 2021) e o mercado de trabalho se recuperar apenas lentamente (como vem se desenhando), o comportamento da arrecadação de ICMS em Feira de Santana deixará de ser excepcional em 2021.”
Para ler o estudo completo, clique aqui.
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