Indústria de streaming também impulsiona novas carreiras
O mundo sofreu um impacto econômico desastroso desde o início da pandemia causada pela Covid-19. Uma crise sanitária, econômica e social sem precedentes na história, que afetou praticamente todos os setores da economia na maioria dos países.
Com as casas de apostas online não foi diferente. Por isso, durante 2020, o setor procurou por outras opções, fora dos esportes tradicionais, para fomentar o mercado, e acabou encontrando no mundo dos eSports uma excelente alternativa.
O setor de games demonstra uma grande expansão mundial, e as casas de apostas usaram as pausas nas grandes competições de esportes tradicionais, como futebol e basquete, por exemplo, para promover a ascensão dos jogos eletrônicos como um mercado que veio para ficar. O setor é relativamente novo, entretanto, tem surpreendido de forma positiva patrocinadores, equipes, atletas e, principalmente, apostadores. Inclusive, se você quiser conhecer mais sobre este mercado, fique ligado nos jogos de hoje e conheça as principais informações sobre o mundo dos eSports.
O constante aumento do setor também faz com que cada vez mais pessoas se especializem na área e consigam faturar altas quantias apostando em jogos eletrônicos. É o caso do investidor e empresário Josué Ramos. O brasileiro costuma obter lucros altos com vários tipos de esportes. Na última edição da Champions League, inclusive, conseguiu faturar mais de R$ 200 mil com apostas na Liga dos Campeões. Já nos eSports, ele lucrou mais de R$ 1 milhão com investimentos em jogos online, somente este ano, na bolsa de apostas Betfair.
Para muitas pessoas, os jogos eletrônicos podem parecer uma simples fonte de entretenimento, mas na realidade são uma indústria com um expressivo desenvolvimento econômico na atualidade, com competições que têm prêmios maiores que o próprio Brasileirão.
Um dos fatores predominantes nesses campeonatos é a audiência, que é capaz, muitas vezes, de alcançar números que nem mesmo os esportes tradicionais conseguem. Em 2019, por exemplo, o número de espectadores de campeonatos de eSports foi de 453,8 milhões em todo o mundo, crescimento de 16,3% em relação a 2018. No ano passado, a decisão do mundial de Fortnite, que durou cinco horas, alcançou uma média de 90 mil espectadores por minuto, nos Estados Unidos, segundo a StreamMetrics. O campeão do torneio, o americano Kyle Giersdorf, cujo nome gamer é Bugha, de apenas 16 anos, faturou mais de US$ 3 milhões pela conquista.
No Brasil, o mercado também está em expansão e atrai cada vez mais olhares de investidores, devido ao tamanho do país e a média de idade da população brasileira, que é de 32,6 anos, segundo o IBGE. O país aparece como um dos mercados de maior potencial para a modalidade, e o otimismo demonstrado nas análises tem atraído investimentos em várias áreas. De acordo com uma estimativa realizada pela PWC, que fez uma projeção sobre o potencial do país no setor para os próximos anos, o mercado brasileiro deve crescer cerca de 5,3% até 2022.
Em 2020, mesmo com o cenário em crise devido à pandemia de coronavírus, mais de US$ 1,5 bilhão foram movimentados por este setor, apenas no Brasil. O valor é o dobro do que era 10 anos atrás.
O mercado de games também é responsável pela geração de novos empregos em diversas áreas. O aumento do número de investidores e patrocinadores, faz com que as equipes de eSports aumentem cada vez mais o seu profissionalismo.
Por isso, o surgimento de novas profissões se torna cada vez mais comum neste setor. Isso cria um mercado que também gira fora dos campeonatos, com uma grande infraestrutura por trás, investimentos em marketing, treinadores, empresários, psicólogos, fisioterapeutas, narradores, comentaristas especializados na área, entre outros.
Um bom exemplo de uma nova indústria que já deriva dos eSports é a de streaming de games. Plataformas como Twitch, Facebook Gaming, Mixer, YouTube, entre outras, possibilitam que jogadores sejam assistidos em partidas em tempo real. Às vezes, a habilidade deixa de ser o mais importante e os gamers vão ganhando fãs devido ao carisma.
Os streamers não são necessariamente jogadores profissionais ou participam de campeonatos, mas engajam pessoas que passam a gratificá-los pelo trabalho. São os inscritos, ou “subs”, no qual os espectadores se inscrevem e fazem pequenas doações de dinheiro e que, no acumulado, contribuem na receita do streamer. Eles também podem lucrar com propagandas.
Os eventos de games como League of Legends, Fortnite, Counter Strike, também atraem cada vez mais adeptos devido ao avanço da tecnologia e a facilidade no acesso para diversos tipos de públicos e plataformas. Outro motivo que impulsiona o crescimento da indústria de games é a popularização dos jogos de celular. Isso ocorre por três motivos: a massificação do uso dos smartphones; a gratuidade da maioria dos jogos; e a casualidade deles, já que é possível jogar em qualquer lugar.
Segundo um estudo da NewZoo, empresa de análise de games e eSports, a expectativa é que o mercado global de jogos eletrônicos alcance US$ 180 bilhões de receita em 2021. Esta indústria bilionária é movimentada, tanto por um gamer que joga no smartphone, PC ou tablet, despretensiosamente nas horas vagas, como um hobbie, quanto por quem atua como profissional.
Em terras brasileiras, a modalidade de eSports passou de um nicho que atraía apenas algumas dezenas de entusiastas, para um setor extremamente promissor. De acordo com uma pesquisa da Superdata, empresa que registrou um volume de receita de US$ 56 bilhões da indústria de jogos no planeta, o Brasil já ocupa o 5º lugar entre os países cuja população dedica mais tempo aos games.
Ainda há espaço para ampliação da indústria de jogos e, consequentemente, dos postos de trabalho. Segundo especialistas em Recursos Humanos, oportunidade é o que não falta. Para aproveitá-las é preciso estar capacitado na área em que deseja atuar. Há vagas para carreiras variadas. Além das habilidades técnicas, outros atributos importantes desejados pelo mercado são: ambição, comprometimento, flexibilidade, rapidez, interesse e trabalho em equipe. Além disso, possuir um inglês avançado também é muito importante no mundo interconectado de hoje em dia.
Com muito a oferecer, o mercado de games se solidifica a cada dia, e prova que é possível se reinventar, mesmo em tempos de crise.