Tenho um carinho bem mais do que especial pelo dia 15 de março. Foi num 15 deste mês que atraquei em Aracaju. Era 1990 e eu tinha 29 anos.
Cheguei numa quinta-feira de madrugada. Fazia um frio danado no Terminal Rodoviário Governador José Rollemberg Leite. Hoje, completam-se 31 anos.
(Não sei se devo lembrar – mas lembro, porque o fato político sempre me acompanhou: era dia da posse de Fernando Collor de Melo na Presidência da República, aquele que houvera sido eleito em 1989 na primeira eleição presidencial direta depois dos 21 sombrios e tenebrosos anos de ditadura militar – eu cobri a campanha inteira naquele ano).
Muita coisa mudou em minha vida nestas três décadas. Ah, e na da cidade de Aracaju também.
Neste tempo todo, bacharelei-me em Comunicação Social – motivo da minha vinda – e exerci minha profissão de jornalista com muita ética e com uma paixão bem ao modo que os de escorpião sabem muito bem imprimir.
Mas, se eu tivesse de recomeçar, faria tudo de novo – inclusive me iniciaria exatamente pelo Feira Hoje, em Feira de Santana, passaria pela TV Subaé e pelas sucursais feirenses da Tribuna da Bahia e do Jornal da Bahia.
Aqui, chegaria na mesma madrugada fria de 15 de março e me iniciaria pelo Jornal de Sergipe, de novo pela sucursal da Tribuna da Bahia, colaboraria com a sucursal de A Tarde em entrevistas semanais para A Tardinha, seria assessor de comunicação da Alese e do Governo Municipal de Boquim e carregaria pedras no Cinform.
Faria o mesmo curso e seria gratíssimo a tanta gente que nem caberiam todos aqui neste espaço.
Faria os filhos que fiz e publicaria os mesmos quatro livros, de preferência ganhando dois Prêmios Santo Souza de Poesia.
Ah, e tomaria os mesmos birinaites. Sim, eu seria, como diria meu ídolo Luiz Gonzaga, o mesmo manéluiz. Ou o mesmo manéjoza.
Nestes 31 anos, busco algo do que me arrependa no que fui por aqui, mas, por mais que eu escarafunche, não encontro.
Este Portal JLPolítica é uma galeria de alegrias. De fartas alegrias. Cada dia, uma e mais outra nova se impõem – pelo agradeço a tantos apoiadores, colaboradores e aos milhares de leitores diários. O jornalismo reafirma minha alegria ontológica.
Aracaju e Sergipe me foram, sim, iluministas. E, dois dias depois da minha chegada aqui, ainda me deram todos os anos um feriado perene e uma festa: a do 17 de março.
Mas aí já é outra história. Foi um acerto entre eu e um certo cearense chamado Inácio Barbosa. E é de bem antes da minha chegada em 15 de março de 1990, talvez coisa de quando José Machado Lima e Judite Oliveira Lima me conceberam lá em Várzea do Poço naquele 1960.
Por tudo, obrigado, Sergipe. Obrigado, Aracaju fofinha pela acolhida diária.
Que o 15 e o 17 de março sejam eternamente boas datas para mim e para você. Com carinho e uma patinha de caranguejo à milanesa.
Na foto, Jozailto recebe Marcelo Déda, então governador de Sergipe, no lançamento de Viagem na Argila no dia 12 de março de 2012. Livro já vai na terceira edição, esgotada