A trajetória de referência de Maria José Lessa de Moraes vai ser contada pela primeira vez no teatro. O espetáculo musical “Vovó era preta: uma luz a seguir” narra a história da mulher negra que viveu nos anos 40, no recém-fundado município de Ipiaú, na Zona Cacaueira, e protagonizou uma história marcada por pioneirismos no que tange à questão de gênero e raça. A apresentação será exibida no canal do YouTube do Teatro Gamboa, na próxima terça-feira (27), às 19h, com participação colaborativa do público, que pode doar qualquer valor.
A peça é dirigida por Jackson Costa e traz para cena a atriz e cantora baiana Rachel Lessa, neta de Maria José Lessa. Onze canções inéditas serão apresentadas no espetáculo, que reúne diferentes personagens para contar a história de Zezé Lessa, como era carinhosamente conhecida Maria José Lessa, mulher que administrou os negócios da família após a compra das fazendas de cacau, se tornou a primeira coronel da Zona do Cacau Baiano e teve sua trajetória marcada também pela relação com a comunidade, com construção de fábricas, casa assistencial e escola.
“A ideia é unir crônica, música e poesia para contar essa história real, marcada por protagonismo e com apoio de toda sociedade. As músicas vão dos ritmos nordestinos aos africanos, como uma ponte entre a cultura baiana e a ancestralidade africana”, explica Rachel Lessa, que assina também o roteiro, concepção, direção musical e as composições – com parceiros especiais como Fred Demarca, Pedro Hoisel, Juvino Filho e Léo de Freitas.
Após a exibição do espetáculo, haverá um bate-papo com a equipe, no perfil @vovoerapreta, no Instagram. O roteiro tem revisão de Celeste Barreto, nora de Zezé, que se formou em história, com a monografia “Maria José Lessa, uma mulher à frente do seu tempo”, que serviu como principal fonte histórica para a produção do espetáculo.
O Projeto é desenvolvido através do PRÊMIO FAUZI MARON– Categoria Apresentação – do Edital 01/2020, do Município de Ipiaú/BA, cuja premiação é proveniente dos recursos da Lei 14.017, de 29 de junho de 2020, Lei Aldir Blanc.
foto: Rodrigo Prado