Empresário também sugeriu criar uma ‘política pública semelhante’ no Feiraguay
Após ter adiado sua participação na semana passada, o presidente do consórcio que administra a Cidade das Compras, o Shopping Popular, compareceu ontem (06) à Câmara Municipal para esclarecer questões acerca da situação dos lojistas do empreendimento.
Durante sua fala, o empresário mineiro defendeu diversos aspectos do modelo de Parceria Público-Privada (PPP) que rege o empreendimento. Tergilene destacou que órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério Público “vêm acompanhando e auditando continuamente” a PPP.
Elias ainda afirmou não ter ingerência sobre o preço do aluguel, que seria ‘definido por leis’. Ainda segundo ele, os camelôs atualmente só pagam o valor do condomínio (40 reais) e o rateio da conta de energia; o aluguel está suspenso pelo período de carência de 9 meses. “Concedemos isenção do aluguel porque entendemos que é um momento difícil, não porque tínhamos obrigação”, disse. A fala, no entanto, diverge da avaliação da vice-presidente da Associação em Defesa dos Camelôs e Empreendedores do Shopping Popular, Paula Araújo, que relatou ao site Acorda Cidade que “muitos comerciantes estão pagando de 189 a 215 reais”.
O empresário também destacou que o projeto “é de empreendedorismo, não assistencialismo”: “não tem no orçamento público uma verba para subsidiar contas no Shopping Popular”. Tergilene também cobrou mais organização dos camelôs, apontando que ainda não há uma associação legitimada de todos os inquilinos do Shopping. “Precisamos de uma gestão participativa e compartilhada, mas não estamos encontrando ambiente”.
Ele também defendeu a criação de um ‘eixo das compras’ na cidade, envolvendo também o Feiraguay: “Nós temos que discutir uma política pública envolvendo todo o comércio informal, inclusive o Feiraguay”. A fala é uma referência ao presidente da Câmara, Fernando Torres, que havia acusado o empresário de desejar “acabar com o Feiraguay”.
Em resposta aos vereadores que cobraram lojas grandes e serviços públicos para incrementar o movimento de consumidores, Tergilene apontou a “confusão” dos camelôs e indiferença do governo: “Chamamos bancos e lojas âncoras. Responderam que não vão ‘enquanto tiver aquela confusão dos camelôs’. Pedi ao deputado Zé Neto que levasse o SAC da rodoviária para o Shopping Popular, mas nem resposta tive”.
Fernando Torres aproveitou para alfinetar o executivo municipal pouco antes de encerrar a participação do empresário para anunciar a abertura da CPI: “Queremos ajudar o empreendimento e a prefeitura, mas não sei se a prefeitura quer que a Câmara ajude”.
Tergilene na Câmara: ‘ninguém quis’ box de 1m² no Shopping Popular