
A Academia de Letras da Bahia (ALB) elegeu, ontem, sexta-feira, 4, a poeta Heloísa Prazeres para a cadeira do ex-governador e professor Roberto Santos, que faleceu em 9 de fevereiro de 2021, deixando vaga a cadeira 26, que ocupava desde 1971. A cerimônia de posse está prevista para julho.
Poeta, ensaísta e professora universitária aposentada, casada, Heloísa Prata e Prazeres reside em Salvador, é natural de Itabuna-Bahia, nascida em 21 de junho de 1946, filha de sergipanos migrados para o Sul da Bahia. Reside em Salvador desde 1960, foi estudante do Colégio Estadual Severino Vieira, frequentou o colégio Central da Bahia (1965) e cursou Letras Vernáculas, com Inglês, no Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, UFBA.
Concluiu o Bacharelado, então como monitora junto à cadeira de Literatura Portuguesa, com a saudosa Profa. Jerusa Pires Ferreira, foi absorvida pelo Departamento de Vernáculas da Universidade Católica de Salvador.
Efetivada na UFBA como Auxiliar de Ensino (1974), concentrou-se nas atividades de docência, pesquisa e extensão no Departamento de Letras Vernáculas (1974-1994).
A partir de 82, cursou o doutorado em Literatura (no Departamento de Línguas e Literaturas Românicas da Universidade de Cincinnati, Ohio, EUA); a professora universitária baiana, viajou para a América do Norte, com a família, tomou, então, partidos distintos, nessa experiência de exílio voluntário, quando da opção pelo método comparatista, pode acessar a radicalidade das propostas do chamado nouveau roman francês e foi desvendando os caminhos que levaram ao realismo mágico, às vanguardas latino-americanas e à nueva novela.
No retorno ao país (1985), teve intensa participação na vida acadêmica da Instituição FACS (hoje UNIFACS), quando fez uma espécie de retorno à semente e dispôs-se a adaptar estudos acadêmicos a um formato de livro, sobre o modo de formar de três narradores baianos, Jorge Amado, Adonias Filho e Herberto Sales (na perspectiva de narrativas de testemunho, narrativas da terra. Em 2000, publicou Temas e Teimas em narrativas baianas do centro-sul.
Foi Professora adjunta, hoje aposentada, do Instituto de Letras da UFBA. Foi titular na Universidade Salvador, Unifacs. Coordenou o Núcleo de Referência Cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Outras atividades de vida associativa, na área de criação: o curta-metragem “Caranguejomem” (é a autora dos versos que aparecem na película), em parceria com Jamison Pedra – 5º Prêmio Nacional do Festival Brasileiro de Cinema Amador (Jornal do Brasil, RJ, 1969); produção dos primeiros artigos, publicados no Suplemento de Cultura do Jornal Tribuna da Bahia.
foto: Jamison Pedra