De forma similar a todas as cidades surgidas de uma colonização do tipo exploração, Feira de Santana passou a ser explorada sem a devida preocupação com o meio ambiente local. Assim, toda a vegetação original foi retirada e substituída por pastagens, os rios, as lagoas e a água subterrânea exaustivamente utilizados e degradados, e o ar, também tem servido de receptor de emissões atmosféricas das indústrias, sem o devido controle.
A ocupação humana sempre foi desordenada, com aumento populacional excessivo, principalmente depois da década de 70, e com o indevido acompanhamento da infraestrutura urbana, os problemas vêm se agravando a cada dia. A cidade, apesar de poder utilizar algumas de suas lagoas como centro de lazer vem utilizando-as como depósitos de lixo ou áreas alternativas para ocupação humana, sendo que diversas dessas lagoas foram ocupadas, aterradas e loteadas para abrigar a população de baixa renda.
A água subterrânea, apesar de não ser mais o principal manancial da cidade, continua a ser muito utilizada, porém sua qualidade é extremamente duvidosa pois apenas uma área limitada da cidade dispõe de rede de esgoto . Desta forma a população utiliza como solução para a disposição do esgoto sanitário diversos tipos de fossas, construídas sem respeitar 35 as normas técnicas, o que leva à contaminação do lençol subterrâneo. Quando a residência não dispõe de fossa, ou lança suas águas servidas e seus dejetos na rua ou na lagoa, ou ainda, utiliza-se da rede pluvial, que vai acabar também em alguma lagoa ou riacho, pode comprometer todo o manancial hídrico local com relação a sua qualidade bacteriológica.
Muito recentemente, cerca de uma década aproximadamente, é que se implantou o sistema adequado de coleta e disposição de lixo em Feira de Santana. Na atualidade, realiza-se coleta diária em todas as ruas da cidade, mesmo nas favelas, com exceção apenas para as ruas onde o caminhão de lixo não pode entrar. Porém a população de baixa renda, talvez por uma questão de falta de educação ambiental, continua dispondo seu lixo e dejetos em riachos ou lagoas, observando-se também caminhões limpa-fossa descarregando seus conteúdos nelas.
A rede de abastecimento de água, atende praticamente a 90% da população, o que é considerado um índice elevado, todavia, o abastecimento em alguns bairros não se dá de forma contínua, havendo manobras na própria rede, o que torna o abastecimento irregular. Em períodos críticos alguns bairros, como o Jardim Cruzeiro, ficaram até quatro meses sem receber uma única gota de água. Desta forma, apesar de existir uma rede de abastecimento abrangente, o fornecimento deste precioso líquido ainda se faz de maneira precária. Assim, percebe-se que a poluição ambiental está intrinsecamente relacionada a precária situação do saneamento básico da cidade, cuja falta de planejamento urbano contribui para esta situação.
O crescimento acelerado não é a única justificativa para o caos ambiental em que se encontra a cidade, muito se devendo ao papel do Estado, que por motivos políticos/eleitoreiros priorizou áreas da cidade (principalmente o centro) e também estabeleceu como prioridade das ações de saneamento básico o fornecimento de água tratada, “esquecendo-se” contudo, que quanto mais água se fornece mais esgoto se produz, necessitando sua adequada disposição. Desta feita o planejamento pecou quando não estabeleceu que a implantação da rede de esgoto
deveria acompanhar a da rede de distribuição de água.
Por causa disto, são mantidos muitos focos de doenças, destacando-se as lagoas, que são grandes depósitos de resíduos(sólidos e principalmente líquidos) da cidade.