Um dos programas mais populares na velha Rudela era levar a namorada ou com amigos saborear um copo de gengibirra na casa de Dasdores.
O refresco fabricado pela agricultora tinha o mesmo nome de uma cerveja italiana, à base de gengibre, popular em cidades do sul do país.
A local era à base de suco de tamarindo, mais açúcar e uma porção de bicarbonato de sódio, elemento químico que formava o colarinho no copo, tal qual uma cerveja.
Dasdores deve ter ouvido o nome pronunciado por algum conterrâneo que morou no sul para batizar o sua água saborizada, muito popular entre a rapaziada da época.
Ela colocava tamarindo em um pote com água e lá deixava descansar durante dias. Para preparar o refresco, adicionava-se açúcar e o bicarbonato.
A gengibirra saiu de cena com a morte de Dasdores, devido a um ataque cardíaco, quando chegou ao Rudela, vinha de Belém do São Francisco, onde sacou o seu primeiro benefício como aposentada rural.
Outro detalhe de Dasdores é que ela era acumuladora, como são chamadas as pessoas que não descartam objetos. Sua casa era um labirinto formado por tralhas.
O seu papagaio era famoso pela esperteza e a quantidade de palavras que ele conhecia.
Apenas se lembram de Dasdores, rudelenses quase sessentões.)