
Fernando Escariz foi editar o “Caderno 2″ da Tribuna da Bahia e eu fui seu repórter e redator. Jornalista político já notório, advogado, Escariz logo montou um projeto e fez do caderno cultural um canal de entrevistas sobre o atualíssimo tema da Constituinte, a bandeira democrática daquela década, e nisso fez um circuito de viagens entrevistando grandes figuras baianas e nacionais. Mandava pelo telex, às vezes passava leads e parágrafos inteiros pelo telefone. Foi uma série da qual o jornal pode se orgulhar pois foi importante, alto nível, no grande debate que se fazia. Aprendi o que pude com ele. “Vamos dar um pique, companheiro!?” – dizia quando queria apressar o fechamento do caderno. Mas me lembrei mesmo dele por causa do preço da gasolina e um detalhe bem próprio daquela época inflacionada e com o combustível inviável como agora: vez por outra nós dois andávamos em um Corcel II movido a gás butano, com um botijão dando autonomia de mais de 200 quilômetros, mas um perigo. “Vamos na bomba, Seu Jânio Rego!?” – Vamos lá, Escáriz! e íamos levá-lo no prédio onde residia, na rua Jornalista Quintino de Carvalho que foi o primeiro redator-chefe da TB.
- Amendoim da Queimadinha - 12/06/2025
- Beco do Mocó, o romance inacabado de Dival Pitombo, parte 2 - 08/06/2025
- Caminhos da Matinha - 06/06/2025