Ontem (06) a prefeitura feirense avançou na revogação da obrigatoriedade no uso de máscaras. Dias atrás, a medida tinha sido adotada em ambientes abertos. Agora, vale também para diversos ambientes fechados. A recomendação do uso segue para idosos ou pacientes imunossuprimidos. Dois anos depois do início da pandemia da Covid-19, a medida é adotada em função do avanço da vacinação e, por consequência, da drástica redução no número de casos, internações e mortes.
A flexibilização no uso de máscaras acompanha medidas adotadas em outras cidades e regiões do País. Mesmo assim, é possível observar que muita gente segue cautelosa, utilizando o acessório inclusive em ambientes abertos. Quem circula pela Feira de Santana pode constatar o cuidado de parte da população.
Imagino que os patrulheiros de costumes – patrulhamento virou febre neste triste Brasil dos dias atuais – já estão se preparando para hostilizar os mais cautelosos, aqueles que preferem se cuidar. Nesta fauna patrulheira, obviamente, figuram os negacionistas e gente cansada da pandemia, ansiosa por uma canetada que revogue a doença num passe de mágica. Vê-se que, por aqui, a pandemia de ignorância é perpétua.
À medida que a emergência sanitária arrefece, os graves problemas econômicos decorrentes da pandemia e da interminável estagnação econômica vão se avultando. É duro ver, Brasil afora, o infindável suceder de “vende-se” e “aluga-se” à frente de estabelecimentos que fecharam; o trabalho precário nos semáforos, nas calçadas, nas praças; a legião de pedintes, de moradores de rua.
É preciso começar a pensar em como enfrentar a situação. Quem acompanha o noticiário sabe que o desgoverno de plantão é indiferente à questão: as medidas adotadas – poucas – se limitam ao populismo eleitoreiro voltado à reeleição de Jair Bolsonaro, o “mito”. No mais, o que há é inflação, conchavos com o “centrão”, excludente de ilicitude, mutretas envolvendo milicos e pastores e – pairando sobre tudo – a pulsão da morte.
Quem se habilita a desalojar o “mito” do Palácio do Planalto também está devendo um debate franco e transparente sobre os rumos da economia. Incluindo aí o líder nas pesquisas, o ex-presidente Lula. O que se pretende fazer para resgatar o imenso contingente de excluídos e, paralelamente, viabilizar condições para o crescimento econômico de médio e longo prazos? Não há respostas até aqui.
Caso o eleitor, na média, vá à boca da urna mais preocupado com o traseiro dos outros do que com o próprio bolso – como ocorreu em 2018 – tudo bem: soluções para a economia são perfumaria, perfeitamente dispensáveis. Caso contrário, é bom começar a se mobilizar em busca de respostas…
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