No dia 14 de junho de 2015 o fluminense de Feira bateu o Atlético de Alagoinhas por 2 a 1 no Joia da Princesa – o gol decisivo foi no fim do jogo, para delírio de milhares de torcedores – e sacramentou o retorno à Série A do Campeonato Baiano no ano seguinte, depois de enfrentar o calvário do rebaixamento. Ninguém prestava muita atenção no time de Alagoinhas, imerso na Segundona do Campeonato Baiano.
Quase sete anos depois o Touro do Sertão prepara-se, mais uma vez, para tentar retornar à elite do futebol baiano, depois de outro traumático rebaixamento, ano passado. E o Atlético, que patinava na Série B sem grandes perspectivas? Hoje (10) tornou-se bicampeão baiano, depois de disputar sua terceira final consecutiva do Estadual e vencer a Jacuipense por 2 a 0, em Riachão do Jacuípe.
Desta vez a Feira de Santana sequer figurou como palco da segunda final consecutiva com times do interior. O jogo, mesmo sob o implacável calor de Riachão do Jacuípe, foi morno, só ganhando em movimentação no segundo tempo. Mesmo assim, as chances foram escassas, freando o entusiasmo do torcedor, que compareceu em massa.
Mais organizado, o Carcará – a ave sertaneja é a mascote do time de Alagoinhas – desfrutou de melhores oportunidades, apresentou um maior volume de jogo e mereceu o resultado. Ironicamente, a equipe repete o roteiro do Campeonato Baiano de 2021: empatou o primeiro jogo em casa – ano passado enfrentou o Bahia de Feira – e assegurou a vitória nos domínios do adversário.
Pelo quarto ano consecutivo o Vitória, sequer, conseguir chegar à fase semifinal da competição. O Bahia – que sacramentou mais um tricampeonato em 2020 – também não conseguiu chegar à fase decisiva do Baiano. Ambos amargam um prolongado inferno astral, com rebaixamentos no Campeonato Brasileiro. Como não tem nada a ver com isso, o Atlético tratou de assegurar mais um título.
– Vou torcer para a Jacuipense. Não quero que o Atlético seja bicampeão baiano como o Fluminense, não.
Ouvi a frase de um fanático torcedor do Touro do Sertão na semana que antecedeu a final. Não adiantou: o Carcará se impôs lá em Riachão do Jacuípe e garantiu o primeiro bicampeonato consecutivo de um time do interior. Depois de anos de ostracismo, a equipe emerge como indiscutível potência do futebol baiano. Boa inspiração para o Fluminense de Feira que, em maio, recomeça a epopeia para tentar retornar à elite do futebol baiano…
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