A escalada de cobranças por professores efetivos voltou a movimentar os estudantes da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) em alerta ao governador Jerônimo Rodrigues sobre a situação caótica enfrentada nos campi da maior instituição estadual de ensino superior do estado.
“Professores já, queremos formar!” estiveram entre as palavras de ordem durante o ato organizado ontem, 27, pelo Centro Acadêmico de História (CA).
“Jerônimo, cadê nossos professores. Quase um ano e o concurso empatado sem professores nos campi da UNEB”, protestou Ester de Souza Pires, estudante do curso de História da UNEB, em Itaberaba.
Segundo a discente, o movimento estudantil está lutando por direitos e pela própria universidade pública. “Não adianta universidade sem professores efetivos”, ecoavam os gritos de protesto no portão de acesso do campus XIII.
A carência de docentes tem deixados os alunos aflitos e atrasado a formatura pela falta da oferta de disciplinas obrigatórias.
*CONCURSO 2022* Francisco de Paulo, professor aprovado e convocado no último concurso da UNEB para uma das vagas reservadas para cotistas no campus IX, em Barreiras, relata o drama vivido ainda no ônibus ao ser informado da suspensão do concurso pela Justiça, logo após ter passado por perícia médica em Salvador e no retorno para a cidade onde reside.
“Viajei mais de1.500 quilômetros, deixei outros trabalhos que tinha por exigência legal para ser nomeado, mudei três filhos de escola para levá-los à cidade onde efetivamente seria docente da UNEB”, conta.
Ele ainda questiona a postura do Ministério Público da Bahia (MP/BA) no pedido de anulação através da Ação Civil Pública (ACP). “Quando observamos a composição das bancas e a possível relação com candidatos fica claro que não aconteceu. Tenho experiência em outros concursos e a UNEB seguiu [os trâmites] assim como outras instituições, de forma transparente”, pontua.
*IMPASSE lá* O concurso do edital 034/2022 segue suspenso desde setembro do ano passado a pedido do Ministério Público da Bahia por meio de uma Ação Civil Pública. Com isso, a indefinição das 134 vagas para professores auxiliares nível “A” vem comprometendo o cronograma de aulas em todos os campi da UNEB.
À época, em visita a Guanambi, a reitora da Uneb, professora Adriana Marmori Lima, afirmou que confiava na lisura do concurso. “Foi um concurso feito dentro de um cronograma que cumpriu todos os prazos legais, de período de recurso, de tudo. Estamos tranquilos em relação à lisura do processo”, disse.
Ela reiterou ainda que a eventual suspensão geraria prejuízo enorme para a sociedade baiana. “São 22 mil estudantes matriculados na nossa universidade que esperam por estes 134 professores aprovados”, ressaltou.