Já se passaram 22 anos, e parece que foi ontem quando o mundo ficou atônito diante dos atentados terroristas em Nova York, Washington e Pensilvânia. Os alvos escolhidos eram altamente simbólicos, revelando um planejamento meticuloso e sem precedentes, destinado a desafiar não apenas os Estados Unidos, mas todo o modelo econômico, financeiro, militar e filosófico ocidental.
Lembro-me claramente daquele fatídico 11 de setembro. Eu acordei e estava me preparando para o trabalho, e ao ligar a televisão para me atualizar, fiquei olhando perplexo para a tela, sem compreender totalmente o que estava acontecendo. Pensei que fosse um filme de ficção ou de aventura, mas era estranho ver a Globo transmitindo filmes naquele horário matutino. Aumentei o volume e, de repente, a realidade me atingiu com a força das imagens chocantes e a audácia extrema dos terroristas.
Os Estados Unidos, como líderes do mundo ocidental, defensores fervorosos da democracia liberal, do livre mercado e das liberdades individuais após o colapso do império soviético. Esses valores foram considerados universais, e os neoconservadores americanos e seus seguidores na Europa e no mundo se viam como missionários encarregados de disseminar esses princípios, mesmo que isso exigisse o uso da força.
Os Estados Unidos sempre estiveram dispostos a fazer acordos e alianças, mesmo com parceiros inesperados. Foi assim que surgiu um aliado inesperado em Osama Bin Laden, membro da aristocracia saudita, que desempenhou um papel crucial na transformação do Afeganistão em um campo de batalha contra os soviéticos, convencendo árabes e muçulmanos de que era uma causa justa e religiosa. Os americanos viram isso como uma jogada inteligente para evitar o envio de suas próprias tropas.
No entanto, os Estados Unidos, como um império moderno, sustentaram uma narrativa questionável que justificou várias guerras em nome da segurança nacional. Guerras tanto secretas quanto declaradas, combinadas com uma dívida crescente, culminaram em um império que agora enfrenta desafios inauditos, incluindo a ascensão da China e a rivalidade sino-americana.
Hoje, o cenário geopolítico está marcado pela bipolaridade e incerteza. A geopolítica parece estar em um estado de turbulência constante, e é quase certo que em breve teremos outra data trágica a acrescentar à nossa memória, além do infame 11 de setembro. O exemplo de Putin na Ucrânia já ilustra essa realidade em evolução.
Imagem gerada por IA (Bing/DALL·E)
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