Meu pai, o saudoso João Ferreiro, dizia que eu era sertanejo centralense baiano, por conta de eu ter nascido na cidade de Central. Hoje, essa identificação faz mais sentido do que dizer que sou feirense. Nossa autoestima de feirense tem sido agredida ao longo do tempo nessa cidade de ricos coronéis urbanos, brancos e racistas. Feira sempre foi um importante celeiro cultural e cidade que sugere bom desenvolvimento. Entretanto, um pequeno grupo de família local mandam e desmandam na cidade e comprometem seu futuro. Dia após dia tentamos construir uma cidade que não chega. Sempre enchi meu peito pra afirmar que sou feirense, hoje já não tenho mais tanto brilho em fazer isso. As eleições se aproximam e nada aponta para outra possibilidade que não o mesmo do mesmo. Tomando uma expressão do jornalista Janio Rego: Feira, eu te conheço!
Bel Pires e professor da UNEB/campus de Itaberaba