A população idosa na Feira de Santana – aquela com 60 anos ou mais de idade – cresceu muito entre os censos 2010 e 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. O salto quantitativo já era esperado, claro, mas houve também um expressivo avanço percentual. Neste, o total de idosos passou de 8,7% dos feirenses em 2010 para impressionantes 12,89% no levantamento mais recente.
Hoje há, precisamente, 79.445 mulheres e homens com idade superior a 60 anos. Quase 80 mil pessoas num universo de 616 almas no total. As mulheres – como é óbvio – são franca maioria: 47,2 mil, em relação aos 32,1 mil homens. Também é óbvio que o maior contingente se concentra na faixa etária dos 60 até os 64 anos: 11 mil homens e 14,4 mil mulheres.
A partir daí as quantidades vão declinando: 10,9 mil mulheres e 7,9 mil homens entre 65 e 69 anos; na faixa seguinte – entre 70 e 74 anos – eles são 5,7 mil e elas representam 8,4 mil; entre 75 e 79 anos as mulheres são 5,7 mil e os homens 3,5 mil. No topo – idade superior a 100 anos – há apenas 37 homens e 120 mulheres.
O município, como se sabe, replica a tendência nacional de envelhecimento da população. Muito se abordou a questão nos últimos dias, em inúmeras reportagens e em entrevistas com especialistas. Não faltaram, como sempre, os clichês sobre os segredos para se manter saudável e ativo ou sobre como se chegar a um século de vida.
Menos repisada é a discussão sobre como o País vai se adaptar a essa nova realidade, com população envelhecida e demandando serviços – públicos e privados – muito específicos. Não é exagero apostar que, provavelmente, essa vai ser um dos grandes temas das próximas décadas.
Um texto curto, despretensioso, obviamente não vai esgotar a multiplicidade de nuances envolvidas na questão, que é bem complexa. Mas pode-se apontar para atores relevantes que, necessariamente, precisam ocupar-se com o tema.
Um deles é o Legislativo. Aqui na Feira de Santana, a Câmara Municipal – que se limita, quase sempre, a celebrar o dia disso ou o dia daquilo – tem que se movimentar, mobilizar a sociedade e pressionar o Executivo. Este, por sua vez, para robustecer suas ações, precisa engajar os inúmeros atores interessados.
Tudo bem que aqui não é Paris, nem Amsterdam, nem mesmo Montevidéu, com sua mania de construção de políticas de maneira participativa. Mas é bom lembrar que essa gente – mesmo sem a obrigatoriedade do voto a partir de certa idade – vota e, ano após ano, cresce.
Não apenas vota, como representa boa parte da população…
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