Em 1996, a professora Maria de Lourdes Falcão Magalhães foi candidata a vice-prefeita com o arquiteto Raimundo Pires, candidato a Prefeito. Foi a primeira vez que uma mulher entrou na chapa majoritária na história de Feira de Santana. Embora fosse algo novo e ousado para a época, a inclusão de uma mulher não surtiu o efeito desejado e a chapa, lançada pelo então prefeito José Raimundo, não obteve o apoio popular e foi esmagada eleitoralmente logo no primeiro turno.
Esse ano, passados quase 30 anos daquela eleição, pelo menos uma mulher já é publicamente candidata a vice em uma das chapas que vão concorrer à Prefeitura (Mary Angela Alves, com o pre-candidato Pablo Roberto, PSDB) e é (quase) certeza que os outros dois principais concorrentes a Prefeito – Zé Neto(PT) e Zé Ronaldo (UB) – escolherão uma mulher como companheira de chapa.
Embora nem Zé Neto e nem Zé Ronaldo tenham ainda definidas suas companhias na chapa, há fortes indicativos de que isso aconteça.
Neto recebeu a adesão da vereadora Eremita Motta (PP) que tem insinuado constantemente que assumirá essa posição, e para alguns observadores do espectro político partidário, não haverá outra opção mais adequada, levando-se em consideração a força do partido e outras conveniências do jogo político do governo do estado de quem Zé Neto é representante. Nas cinco vezes em que se candidatou a Prefeito, em apenas uma, ele caminhou com uma mulher, a ex-deputada Eliana Boaventura.
Ronaldo, apesar do mutismo e discrição que o ex-prefeito mantém sobre o assunto, énquase certo que também seguirá nessa linha de privilegiar o papel da mulher na política. Nas quatro eleições que venceu ele esteve sempre acompanhado por uma figura masculina, e a manutenção desse perfil, nos dias de hoje, pode fortalecer uma imagem “machista”, que, nos dias de hoje, afeta o eleitorado. Até agora, apenas um nome feminino surgiu no tabuleiro especulativo, o da esposa do deputado Zé de Arimatéia, do Republicanos, a assistente social Ana Emidio de Paiva. Ao BF, Ronaldo não confirma o nome e é lacônico: “não está nada definido sobre quem será vice”.