A iniciativa tem como objetivo mapear e divulgar produções cinematográficas produzidas por realizadores do Subúrbio de Salvador e filmes que tematizam a região.
Os interessados podem realizar a inscrição através do formulário disponível no site www.festivalferrovias.com/. No preenchimento, é necessário apresentar o RG (frente e verso) e o comprovante de residência, visto que 60% das produções selecionadas serão de realizadores suburbanos.
Os filmes podem ser longas-metragens (mais de 60 minutos) ou curtas-metragens (menos de 30 minutos) de ficção, documentário, animação, videoclipe e/ou experimental. Todos os filmes selecionados pela curadoria para exibição receberão uma premiação.
O coordenador do Ferrovias, Rodrigo Carvalho, esclarece que um dos objetivos principais do festival é ressignificar o discurso frequentemente atrelado à violência quando se pensa no Subúrbio Ferroviário de Salvador. “Queremos trazer o outro lado: o da vida, das artes, das riquezas artísticas e naturais deste território de Salvador”, completa.
Segundo Carvalho, existe uma fragilidade no setor cultural que precisa ser mobilizada para que as pessoas tenham acesso às produções que muitas vezes nunca foram exibidas. “Sabemos que existem muitas produções, mas não há espaço para exibição por falta de equipamentos culturais e de um discurso apropriado. Portanto, esperamos mobilizar os espectadores e criadores da região a conhecer suas obras e divulgá-las”, reitera.
O festival ocorrerá no Centro Cultural de Plataforma, na Praça São Braz, s/n. A programação contará também com oficinas itinerantes, atividades formativas e apresentações artísticas para integrar o público, fomentando e valorizando uma rede das artes para além do cinema.
Perfil – O nome “Ferrovias” é uma homenagem à memória do sistema ferroviário que deu origem ao nome Subúrbio Ferroviário de Salvador, encerrado em 2021, alinhado ao pensar o cinema como espaço de preservação e patrimônio.
A primeira edição do festival ocorreu em agosto de 2023 em quatro espaços comunitários do Subúrbio: o Acervo da Laje, o Quilombo do Tubarão, o Centro Cultural de Plataforma e a Escola Comunitária Nossa Senhora de Fátima, envolvendo realizadores, estudantes, líderes comunitários e espectadores locais. A curadoria abordou temas como memória, patrimônio e questões sociais através de 15 filmes.
Tanto a primeira quanto esta segunda edição foram contempladas pelo edital SalCine, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, Governo Federal.
Reportagem: Iann Jeliel/Secom PMS