Para Ricardo Moretti, um professor da Universidade Federal do ABC paulista dedicado ao tema é um “desafio acadêmico pensar projetos para banheiros/sanitários públicos que funcionem bem”. Não é fácil também fazer a gestão, pois a manutenção e o zelo dos sanitários são atribuições do poder público e do próprio usuário.
Esse desrespeito com as ruas é histórico, no Brasil. Nos primeiros três séculos de vida urbana, as ruas da cidades que cresciam no Brasil eram frequentadas apenas pela arraia-miúda – índios, mamelucos,escravos, mulatos,negros forros e livres, brancos pobres. “O patriarcalismo brasileiro, vindo dos engenhos para os sobrados , não se entregou logo à rua; por muito tempo foram quase inimigos, o sobrado e a rua”, ensina o mestre pernambucano Gilberto Freyre, em Casa Grande&Senzala.
Havia mais banheiros públicos no centro de São Paulo em 1900, quando a cidade tinha 200 mil habitantes, do que nos dias de hoje, com mais de 12 milhões de pessoas, diz Moretti, baseado em pesquisa que fez em 2011.
Foto/BF:banheiro/sanitário público na Praça do Tropeiro, defronte ao Centro de Abastecimento/Shopping Popular, em Feira de Santana. É a única praça no centro antigo da cidade que possui esse equipamento.