“A mostra “Breveterno: Notas para uma Lírica Político-Mística da Estiagem” traz registros históricos do Projeto Terra, que recebeu destaque nas bienais de São Paulo, em 1987, e Veneza, em 1989, alçando o nome de seu criador a uma espécie de representante do concretismo no Nordeste”. Esse é um trecho da reportagem do prestigioso jornal Folha de São Paulo sobre o artista feirense Juraci Dórea, 80, que está com duas exposições instaladas em São Paulo: uma coletiva, na Pinacoteca da capital paulista e uma individual na galeria Martins&Montero. As exposições vão até o mês de dezembro.
A reportagem, assinada por Matheus Lopes Quirino, destaca que Juraci foi “pioneiro ao deslocar o olhar do circuito das artes para a cidade de Feira de Santana em meados da década de 1980, quando Dórea trabalhou com a iconografia desta região marcada pela carestia e a seca. Com o Projeto Terra, de 1982, ele realizou grandes esculturas em madeira e couro curtido”. A réplica de uma dessas esculturas, feita em concreto, está fincada no centro da cidade da Feita de Santana, como seu maior símbolo.
Em curta entrevista, hoje, para o programa “Bom Dia, Feira” (Rádio Princesa FM), Juraci deu alguns detalhes da exposição individual, informando que o curador da exposição ,Deyson Gilbert, esteve em Feira escolhendo as peças que foram levadas pra São Paulo. “Com sensibilidade ele criou uma exposição que reúne trabalhos de fases diversas, mostrando as conexões do meu trabalho com Feira de Santana e com o Sertão da Bahia, apresentando múltiplas linguagens (esculturas, desenhos, fotografias, vídeos, livros, poemas, etc)”, disse o artista à radialista Ana Paula.