A Bahia tem a 2ª maior população indígena do Brasil, estimada em 229.103 pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mas maioria absoluta vive fora das terras oficialmente delimitadas: 92,49%. Ao falar ontem para os participantes do Acampamento Terra Livre, que está acontecendo em Salvador, o governador Jerônimo Rodrigues reconheceu que a regularização dos territórios indígenas é um tema difícil de ser tratado, “mas, enquanto a gente não resolve, definitivamente, o tema da demarcação, vamos cuidar dos povos indígenas com água, estradas, esporte, geração de renda e saúde”.
O Acampamento Terra Livre, na área externa da Assembleia Legislativa da Bahia, agrupa cerca de 1.500 pessoas indígenas de 32 etnias que discutem, até hoje, quinta-feira (7), a retomada das negociações em torno do marco temporal no Congresso Nacional. “O Nosso Marco é Ancestral”, é o slogan do Acampamento.
Para Yala, da etnia Payayá, da Chapada Diamantina, o acompanhamento promove o diálogo entre os povos de todos os territórios da Bahia. “Nós, que somos povos de comunidades tradicionais, temos nossa identidade altamente atrelada ao nosso território. Então, estamos aqui para dialogar sobre nossos direitos, ver o que a gente pode fazer, marcar alguma agenda [com os poderes] e também reunir os parentes, se alinhar nos propósitos”, dividiu.
Segundo o IBGE, apenas 7,51% dos indígenas moram em localidades indígenas na Bahia que possui 35 destes territórios já homologados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Um deles é a Terra Indígena de Águas Belas, que fica na cidade de Prado e foi homologado em 1998, em uma área de 1.208,50 hectares.
Das 50 maiores cidades com população indígena do país, apenas três são baianas: Salvador, Porto Seguro e Ilhéus. A capital, inclusive é o quarto maior município brasileiro em moradores indígenas, ficando na vice liderança no ranking de capitais, atrás apenas de Manaus, capital do Amazonas.Toda a população indígena de Salvador, recenseada em 27.740 pessoas, vive fora dos territórios indígenas.
Foto:Thuane Maria/Secom.GOV.BA