
O elevado número de domicílios, a lançar seus dejetos sanitários na rede pluvial, preparada para receber apenas a água da chuva, é um dos motivos para a poluição no Rio Jacuípe, advertiu o diretor regional da Embasa em Feira de Santana, Raimundo Neto, durante uma audiência pública realizada semana passada pela Câmara de Vereadores, para tratar da poluição desse rio que corta municípios como Feira e outros, dezenas de povoados e comunidades ribeirinhas . A sessão temática foi iniciativa dos vereadores Jurandy Carvalho (PSDB) e Ismael Bastos (PL).
Sinal evidente da problemática, ele exemplificou, é o canal de macrodrenagem que cruza os bairros próximos do centro da cidade e passa bem perto da Estação de Tratamento da Embasa. Em período de estiagem, deveria estar vazio, pois sua serventia é a drenagem de água pluvial. Está sempre com volume razoável, no entanto, em razão do esgoto domiciliar que recebe indevidamente lançado.
Raimundo Neto propôs uma reflexão sobre a situação da água servida lançada na rede pluvial por estabelecimentos residenciais e comerciais, em áreas onde já existem redes coletoras de esgoto.
“Mesmo com rede de esgoto em frente de casa, muitos não querem quebrar seu piso, realizar uma obra dentro de casa, para resolver a situação da fluidez. Creio que, para não perder a ‘facilidade’, já que as pessoas lançam seus esgotos em um local mais rápido”. Este procedimento, explica, ocasiona um grande volume de água de esgoto lançada em locais de drenagem pluvial. Sanar esta irregularidade, ele diz, é um grande desafio”.
Quando chove em Feira de Santana, os chamados à Embasa saltam das 50 a 60 chamados diárias, sobre esgotos expostos na cidade, para cerca de 300 pedidos. Isto acontece porque “a água extravasa, já que a rede não foi estruturada para ter um sistema separador absoluto, uma drenagem para os picos de chuva e as redes coletoras de esgoto”.
“É muito importante que a população seja parceira, que evite jogar dejetos e até objetos nos canais e nos rios. Tudo que ocorre hoje com os rios tem a ver com a situação do esgotamento sanitário e da drenagem de água, tem relação com as ações das pessoas, que jogam lixo nas ruas, nas nascentes, dentre outras situações”, disse.