
Em coluna no A Tarde, edição de ontem, o jornalista Levi Vasconcelos lembra do cantor e compositor feirense Carlos Pitta como um dos “arautos” da defesa do forro legítimo do Nordeste brasileiro. “Zelito Miranda foi um dos líderes do movimento dos forrozeiros que resultou na Lei da Zabumba, promulgada em 2015, 10 anos atrás, que previa a destinação de 60% dos recursos dos festejos juninos para atrações comprometidas com a cultura regional,” lembra Levi, contando em seguida uma história com Pitta:
Carlos Pitta, o feirense que na última micareta de Feira de Santana ganhou os aplausos gerais, falecido em janeiro deste ano, era outro arauto dessa cultura. E ele entrou na conversa, ocorrida numa barraca de praia, em Stella Maris.
– Outro inimigo do forró é a corrupção. Um forrozeiro pé de serra cobra R$ 30 mil, no máximo R$ 50 mil. Ora, isso é menos de 10% do cachê que os grandes cobram. E quem vai deixar de pegar a propina de um cachê de R$ 500 mil para pegar de um cachê de R$ 50 mil?
E pegam tanto assim?
– Se o quê? O forró é uma das grandes vítimas dessa safadeza. É triste, mas é assim.
O papo fluía com o tempero da cerveja quando fizemos a observação: ‘É safadeza por todo lado. E você dizendo é para se acreditar’. Pita fez a observação:
– Amigo, cuidado com o que você vai escrever. Se eu me incompatibilizar com os corruptos vou morrer de fome!