
Nosso principal gatilho de superlotação são os pacientes que chegam com sintomas leves (classificados como pacientes verdes). Eles deveriam estar sendo atendidos nas UBS. Muitas vezes, chegam até orientados por outras unidades a procurar a UPA. Isso desequilibra todo o fluxo”, explica a enfermeira Emanuele Cunha, gerente de operações da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) estadual (ao lado do Hospital Clériston Andrade) comentando sobre uma superlotação crônica, que nesta segunda-feira chegou a uma taxa de ocupação estimada em 260%.
Atualmente, a UPA atende cerca de 300 pacientes por dia, totalizando entre 8 a 10 mil atendimentos por mês. Segundo a direção do órgão, grande parte dos casos não configura urgência e poderia ser resolvida em unidades básicas de saúde (UBS).
Quem deve realmente procurar a UPA?*
A classificação de risco é realizada por um enfermeiro no momento do acolhimento, e segue diretrizes do Ministério da Saúde. Ela determina a gravidade clínica do paciente com base em sintomas e sinais vitais. Os pacientes são categorizados em:
🔴 Vermelho – risco iminente de morte (infarto, AVC, convulsão, insuficiência respiratória grave): atendimento imediato 🟡 Amarelo – urgência moderada (pressão descompensada, dor intensa, febre alta): atendimento em até 60 minutos 🟢 Verde – casos leves (dor de cabeça, dor de garganta, sintomas gripais leves): sem risco imediato; devem ser atendidos em UBS
Segundo Emanuele, o maior volume de pacientes na UPA é classificado como verde, o que impacta diretamente na espera dos casos mais graves.