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Francisco Muniz
domingo, 20 de julho de 2025 / Publicado em Colunistas, Destaques, Home

Meus amigos jornalistas 

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Um dia eu citei estes versos cantados pelo falecido Belchior como se dele fossem: “Ano passado eu morri, mas este ano eu não morro“. Porém, o poeta e jornalista Elieser Cesar, feirense que nem eu, veio em meu auxílio e declarou serem de Zé Limeira, o poeta do absurdo que eu julgava pernambucano, os tais versos, que na completude dizem assim: “Lá no Recife, cantei num pronto-socorro/Ganhei duzentos mil réis/Comprei duzentos cachorro/Ano passado morri/Mas este ano não morro.” Entretanto, meu amigo declarou que Zé Limeira não tinha sua existência comprovada.

Aí, outros amigos meteram o bedelho na conversa para pôr os pingos nos “is” e assim Berna Farias faz uma revelação: “Importante correção a fazer: Zé Limeira viveu, sim, encarnado como nós ainda estamos. E não era pernambucano, mas da Paraíba, da cidade de Teixeira. Não tire meu orgulho de ser conterrânea dele!” Agradeço a preciosa colaboração de Berninha e me dirijo a ela neste termos:

– Sim, não sei por que cargas d’água Elieser Cesar disse aquela parvoíce. Mas Zé Limeira é cantado também pela antiga banda pernambucana Mestre Ambrósio, daí eu pensar que ele fosse conterrâneo de João Cabral de Melo Neto, sendo, ao contrário, de Ariano Suassuna, igualmente paraibano como você. 

E Berna prossegue em suas revelações: “Eu tinha que puxar a brasa pra minha sardinha, não podia abrir mão de tão ilustre conterraneidade. Zé Limeira teria morrido, ou desencarnado, em 1955, um ano antes de eu nascer”.

Em seguida, outro feirense, Janio Rego, passa uma descompostura no prezado Elieser dizendo que o autor de “Ciranda de maria Cecília” “comeu pilha do Conselho de Cultura do Recife, do tempo (ditadura) em que o livro de Orlando Tejo – Zé Limeira, O Poeta do absurdo – foi lançado com gigantesca repercussão popular. “Empolados senhores da Cultura”, ironizou Tejo, na época, seguido por depoimentos que desmascararam a ‘pantomima’ invejosa dos intelectuais de casaca… por sorte e destino, acompanhei de perto, a primeira e inúmeras edições que foram feitas do livro, inclusive algumas pirateadas, pois o livro “vendia como água”… os testemunhos foram de gente como os famosos cantadores de viola conhecidos como os irmãos Batista e até Ariano Suassuna entrou na peleja ao lado de Tejo e Zé Limeira. Berna Farias está coberta de razão. Kkkkk ótimo ótimo! Zé Limeira nem morreu, quanto mais não ter existido!”

Arrematando a conversa, Berninha agradece a participação de Rego e salienta: “Janio Rego, grande depoimento! Tenho uma edição do livro de Orlando Tejo desde os anos 1970 quando, adolescente, ouvia cantadores e até sabia de cor algumas cantorias (soube depois que uma irmã mais velha namorou Orlando Tejo nos anos 1960). Ao lado de “Zé Limeira – o Poeta do Absurdo” tenho dois outros que são meus tesouros: “Brasil caboclo – o Sertão em carne e osso”, do grande poeta paraibano Zé da Luz, e “Cante lá que eu canto cá”, do também grande poeta cearense Patativa do Assaré, com quem conversei sobre Orlando Tejo em Fortaleza e que autografou meu exemplar.”

Ela faz uma ressalva: “Zé da Luz é menos conhecido, mas seus poemas são de uma singeleza e brasilidade tocantes. Acredito que não seja difícil encontrar o livro, reeditado na década de 1980. Fecho com um versinho dele:

Campina Grande, Campina

Tu és a grande cidade

És a cidade maluca

Onde armei uma arapuca

Pra pegar felicidade.”   

Poderia ficar tudo por aí, ou por aqui, se minha amiga paraibana não se lembrasse de homenagear seu famoso conterrâneo dando-nos “uma ‘palhinha’ da irreverência poética de Zé Limeira:

Mais de trinta da sua qualistria

Não me faz eu correr nem ter sobrosso

Eu agarro a tacaca no pescoço

E carrego pra minha freguesia

Viva João, viva Zé, viva Maria

Viva a lua que o rato não lambeu

Viva o rato que a lua não roeu

Zé Limeira só canta desse jeito

Você hoje me paga o que tem feito

Com os poetas mais fracos do que eu”.

Meus amigos são um barato, como dizia, cantando, Nara Leão…

Francisco Muniz é jornalista, feirense, mora em Salvador

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