
Os fariseus exaltavam a lei antiga e as aparências, e o povo, influenciado, escolheu Barrabás (Mt 27:20-21) em vez de Jesus, rejeitando o convite: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde” (Mt 11:29). Afinal, o velho Sinédrio concentrava poder religioso, político-administrativo e legislativo — alguma semelhança com o que certos líderes buscam hoje?
Hoje, parte do neopentecostalismo repete essa lógica: ostentação, culto à liderança e discursos mais ligados ao Velho Testamento que ao Evangelho. Seguem quem promete vitória visível, não quem diz: “Quem não toma a sua cruz… não é digno de mim” (Mt 10:38).
A “Marcha para Jesus” em Feira de Santana tornou-se apoteose para políticos, marcada por exibição e alianças, mais próxima dos fariseus e de Barrabás do que do Cristo, que afirmou: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18:36). No fundo, quando a fé se curva ao poder e à aparência, a multidão já não marcha para Jesus — marcha para Barrabás.
Pajeú da Candeia Grossa é pseudônimo de um colaborador do Blog da Feira.