
Conforme mencionado em texto anterior, hoje a Feira de Santana completa 192 anos de emancipação. Data de muitos rapapés e solenidades. Data, também, de muitos renovarem as cobranças por uma universidade federal para a Princesa do Sertão. Talvez fique maçante, mas é bom resgatar uma informação do texto anterior: por aqui já existe uma universidade pública – a Uefs -, um campus avançado da UFRB e diversas faculdades particulares. Até pode não ser o ideal, mas o município indiscutivelmente constitui um dinâmico polo de educação superior na Bahia.
O que deveria preocupar a Feira de Santana é a educação básica. Não é preciso ser pedagogo ou professor para saber que a educação básica é o alicerce da sociedade, o suporte para todo progresso civilizatório. Anteriormente, apresentamos informações sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, para as séries iniciais. Como se viu, o cenário não é bom.
Para os anos finais o cenário também não é dos mais empolgantes. Nesta etapa, a oferta se divide entre as esferas municipal e estadual. No âmbito da oferta estadual, a nota em 2023 foi 4, o que coloca o município na 15ª posição em nível estadual e numa modestíssima 3228ª no Brasil. Há 20 anos, em 2005, a nota era 2,7 e as posições nos níveis estadual e nacional, por sua vez, eram 122ª e 3576ª, respectivamente.
A oferta das séries finais da educação básica na rede municipal tem avaliação pior no Ideb em termos absolutos no ano de 2023: 3,5, meio ponto a menos que na rede estadual. Isso se reflete nas distantes posições em nível de Bahia (286ª) e de Brasil (2863ª). Em 2005 a nota da rede municipal não era tão mais baixa no Ideb: 2,8, o que mostra que não houve muita evolução. Nos rankings local e nacional, respectivamente, a Feira de Santana ocupava a 75ª e 1371ª colocações.
A comparação dos cenários mostra uma curiosidade: o serviço oferecido pela rede estadual é melhor que o do município em termos absolutos e relativos na Bahia, mas inferior na comparação com outros estados. E o município, embora tenha nota inferior, está relativamente melhor posicionado na comparação com os demais municípios brasileiros. É bom reiterar, porém, que a situação não é nada confortável.
Planejar implica em estabelecer prioridades. Talvez o momento seja o de fortalecer a educação básica, garantindo uma formação de qualidade às crianças e adolescentes na rede pública feirense. Caso qualificada, a juventude local estará devidamente capacitada para ascender à educação superior. Também estará em condições melhores para ingressar no mercado de trabalho, contribuindo para a geração de riqueza na Princesa do Sertão.
Mas cada segmento da população – político e empresarial, entre eles – tem lá suas prioridades. Estas não necessariamente coincidem com as reais necessidades da população. Como as decisões não são baseadas em critérios técnicos, mas políticos, as prioridades se invertem. Enfim, é melhor parar por aqui, o texto está ficando comprido, virando discurso.
Melhor parar e correr para participar das festivas solenidades pelos 192 anos de emancipação da Feira de Santana…