
As feiras de livros e festivais literários vivem numa contradição. Espalharam-se pelo Brasil inteiro num tempo em que diminuem o interesse pelos livros e pela leitura e não há indicativos de que estejam conseguindo reverter esse quadro de “desinteresse intelectual”. Em Feira de Santana, por exemplo, a FLIFS será aberta amanhã (terca-feira,23) pela décima oitava vez e de lá pra cá não melhoraram os índices que medem o desenvolvimento intelectual nos jovens, como os de aprendizado e alfabetização: o deesempenho no IDEB está abaixo das metas nacionais e a Bahia registra um dos piores índices de alfabetização do país, com apenas 36% das crianças alfabetizadas, bem abaixo da média nacional. Onde estão os “novos leitores” formados pela FLIFS ao longo de quase duas décadas? A FLIFS não divulga os resultados alcançados dentro da meta de formação de novos leitores. A sensação que se tem é que esse nível de leitura cresce enquanto dura a movimentação da Feira mas estaciona novamente tão logo se acaba. A FLIFS é apenas um suspiro que dura uma semana.