
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) voltou atrás e vai promover o 47° Festival de Violeiros, em dezembro. A Universidade havia desistido da realização do evento mas com a repercussão negativa reconsiderou a decisão e comunicou ao filho de um dos dois fundadores do evento, o poeta João Ramos Crispim.
Criado e realizado em 1975 pela dupla Caboquinho (filho) e Dadinho (pai), o Festival de Violeiros do Nordeste completou meio século nos últimos dias 4 e 5. O evento foi criado quando a dupla de repentistas apresentava um programa de cantoria na então na Rádio Sociedade de Feira.
Ultimamente realizado pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) em uma área do campus universitário, às margens da Rodovia Feira/Serrinha, o Festival de Violeiros do Nordeste (FVN) tem uma história rica na divulgação e preservação de uma arte popular intimamente ligada à região Nordeste, na qual a Bahia pouco se sobressai. De fato, a Bahia nunca teve grande tradição no repente, mas Feira de Santana, por conta da maior feira-livre do país (extinta em 1977 com a inauguração do Centro de Abastecimento), registrava a presença de muitos artistas populares, dentre os quais alguns repentistas.
Na década de 1960, o violeiro serrinhense Dadinho (Manoel Crispim Ramos) chegou à cidade princesa com o filho Caboquinho (José Crispim Ramos), que idealizou e lançou, na Rádio Sociedade de Feira, em 5 de janeiro de 1966, o primeiro programa específico sobre o tema na Bahia, intitulado “Encontro de Violeiros”, transmitido às segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 6 horas. Posteriormente, com a mesma temática, a dupla lançou “Nordeste de Ponta a Ponta”.