A fé em Maria Milza, a santa milagreira do Sertão, foi reforçada quando em agosto passado, a Diocese de Rui Barbosa recebeu do Vaticano o comunicado de que Mãezinha está nomeada ‘Serva de Deus’, o primeiro degrau no processo de canonização. A estrada é muito longa até Mãezinha se tornar Santa oficial da Igreja mas o gesto canônico animou o catolicismo popular e regional, incrementando a visitação ao povoado de Alagoas, em Itaberaba, a cerca de 160km de Feira de Santana, quando foi encerrada com uma procissão, na última quinta-feira,27, a festa iniciada por Maria Milza entre os anos 50 e 60 do século passado.
Milza faleceu em 1993 e a romaria ao local continua a crescer, agora ainda mais, com a possibilidade dela ser mais uma Santa da Bahia. Para devotos, ela já é santa há muitos anos. Há várias histórias orais, anônimas, outras catalogadas pela Diocese, sobre os milagres de Mãezinha. Os milagres estão na boca-do-povo.

“O comerciante Clóvis
Primeiro miraculado
Paralítico aos cinco anos
Como Tó foi apelidado
Num líquido de injeção
Dormiu pus na aplicação
Por isso, ficou aleijado”
O autor desses versos, que estão no cordel “Maria Nilza, a santa Mãezinha milagreira do Sertão”, Jurivaldo Alves, é um devoto de Mãezinha e que se diz também “miraculado” pelos poderes de cura e vidência da sertaneja que ele conheceu em vida, dirigindo os trabalhos da devoção a Nossa Senhora no povoado esquecido do município de Itaberaba.
Hoje, Alagoas é um ponto de turismo religioso, há rodovia asfaltada até lá, o largo da igreja urbanizado, tem estacionamento organizado e uma pousada está em construção. Na grande procissão que aconteceu na quinta-feira estava lá um aparato de segurança e saúde públicos à disposição, diz o Jurivaldo, dono da banca de cordel no Mercado de Arte Popular, em Feira de Santana que foi pedir a bênção a Mãezinha. Voltou feliz.

