Maria Antonieta, e todos chamam Tieta, tem aí por volta de 90 anos, nem ela sabe. Netos, bisnetos, uma infinidade de vizinhos e amigos.
É a voz do bairro São João do Cazumbá, um ‘enclave’ urbano bem mo meio do Centro Industrial do Subaé (CIS).
É a mãe velha de todos que moram por ali, um agrupamento que tem mais de século e parece ter origens quilombolas.. Tieta ‘não tem cara de médica’ mas na pequena comunidade é respeitada pela simplicidade e caridade.
É a última ‘benzedeira’ ou ‘rezadeira’ de uma geração de mulheres com poderes de cura que tomaram fama numa das localidades mais pobres de Feira de Santana: o bairro São João do Cazumbá.
São João do Cazumbá, como Pedra do Descanso, é um nome intrinsecamente ligado à história oral e memorial de Lucas da Feira, esse estranho e para muitos ainda ‘indesejável’ personagem mais famoso da formação antiga da Feira dos Olhos D’Água de Senhora Sant’Anna.
Tieta sabe pouco sobre Lucas e nem quer saber mais. Tieta quer mais é uma creche para as crianças, a maioria negra, que crescem na comunidade.
E me aponta o lugar indicado. ‘Está lá na Prefeitura. Não fazem se não quiserem’.
Está dito, Tieta.