Quando iniciei a carreira jornalística em Feira de Santana existiam alguns ícones da área de comunicação. Lucílio Bastos era um deles.
Mas por uma dessas ironias da vida, não o conheci, de fato, nesta cidade. Foi em terras grapiúnas, mais precisamente em Itabuna, no início da década de 90, que se deu nossa aproximação.
Lá, como aqui, ele era conhecido pela voz magnífica e pela qualidade do texto, características que marcaram a sua vida profissional. Destemido, sabia como ninguém fazer o bom jornalismo. Sim, jornalismo. Porque Lucílio não era somente radialista.
Lembro do nosso último encontro, ainda no Sul da Bahia, das boas risadas e da troca de confidências profissionais. Nos últimos anos, mantivemos contato frequente via redes sociais e mesmo quando já fisicamente fragilizado, a sua voz continuava a mesma: bela, firme.
A mesma voz que em 1975 repercutiu em programa na Rádio Cultura de Feira de Santana, o discurso do então deputado federal Francisco Pinto (MDB) contra o presidente do Chile, Augusto Pinochet. A concessão da emissora foi cassada em seguida.