O Sr. João Lopes tem 102 anos e hoje mora com um dos filhos na cidade de Muritiba. É o proprietário da fazenda e da igreja seculares do povoado de São Roque, no território do distrito rural de Jaiba, município de Feira de Santana, na Bahia.
Herdou a propriedade de seus antepassados que construíram a igreja entre a ‘casa-grande’ e as casas dos escravos, que transformou-se no casario de telhados baixos e paredes de ‘adobe’ que formam a rua lateral à igreja.
A capela é um orgulho do local.’ Todos sabem da sua importância e a comunidade tem um indisfarçável zelo pelo patrimônio: está sempre bem pintada de branco.
Suas paredes são de adobe e seu interior não tem nenhum requinte como altares de ouro ou tetos de madeira trabalhada.
Mas tem uma riqueza escondida:uma imagem de São Roque, vinda de Portugal, em madeira nobre e adereços de ouro.
Essa imagem saiu diversas vezes na Procissão de Senhora Sant’Anna em Feira de Santana até ser substituida por uma cópia. A original não está também na Igreja, mas guardada em local seguro, é o que todos dizem no povoado.
Até pouco mais de 5 anos atrás, o povoado de São Roque de Jaiba, a 15km do centro de Feira de Santana, era apenas um local pitoresco por onde passavam grupos de trilheiros e ciclistas da cidade.
De uns anos para cá a expansão imobiliária daquele setor tornou o povoado mais conhecido e visitado. Mas foi mesmo depois de se tornar vizinho do sofisticado condomínio da Damha, que São Roque de Jaíba se transformou em um cobiçado local para investimento imobiliário.
Hoje fala-se em preço de tarefa de terra em torno de 30 mil reais, o que há pouco tempo não passava de mais ou menos 1.000 reais.