Cientes das limitações a que são submetidos os policiais civis e militares, comerciantes da zona rural costumam evitar crimes contra os seus estabelecimentos colocando grades e portões de ferro nas portas e janelas.
É assim o cenário de lojas e armazéns nas cidades interioranas, com um reforço crescente conforme a grandeza da firma.
Mas justamente o prédio que acumula o maior volume de dinheiro costuma se mostrar vulnerável a ações delituosas. Quem é ele? O banco! As agências bancárias se inserem nas praças como se viessem de uma realidade muito distante.
Enquanto todos se resguardam da cobiça, a frente do banco costuma ser um grande vitral, uma vitrine convidativa, que atrai investidas criminosas pela facilidade que representa. Nada de grades, trancas, portões rígidos ou paredes reforçadas – vidros tão frágeis, que podem ser quebrados com um simples chute, dão acesso aos terminais de auto-atendimento.
Nos caixas eletrônicos ficam guardadas quantias superiores à casa da centena de milhar. Nos pequenos municípios, seu funcionamento é interrompido no intervalo entre 22 e 06h. Até trancam uma porta, a qual, de tão sensível, pode ser violada mesmo por crianças travessas.
Parece impossível, para a logística, esvaziar os caixas ao final do expediente, o que possivelmente seria eficaz, afinal, não se vêem explosões que dêem acesso ao cofre principal da agência.
Deste modo, fica subentendido que há uma preocupação com a aparência em detrimento da segurança, e quem paga o preço são os policiais, que se vêem obrigados a enfrentar quadrilhas com crescente poderio bélico.
Se falta sensibilidade aos magnatas banqueiros para rever essa questão, que surja dos políticos uma iniciativa tornando obrigatória a instalação de mecanismos suficientes para dificultar em muito o acesso aos caixas durante a noite.
Saques e depósitos a altas horas já são evitados por pessoas em cidades grandes, e nas pequenas não há a menor necessidade, até por isso os terminais são desligados.
Falta encarar a realidade e deixar de oferecer facilidades ao crime, que dificilmente se interessa por investidas cheias de complicações.
Que se faça o teste em uma região específica, comparando com uma área equivalente – certeza de que a incidência será expressivamente reduzida, representando mais sossego para a população, e sobrevida aos agentes de segurança que são forçados a se expor por conta de uma vaidade estética irresponsável.