O interesse da professora Ione Celeste pela Escola Normal começou em 1994 quando avistou o prédio, antes da reforma realizada em 1995 pelo então reitor da Uefs, Josué Mello, e a consequente criação do Cuca, no mesmo ano.
O que chamou a atenção foi a arquitetura antiga, já que ela, de Salvador, acostumada com a convivência com casarões antigos na cidade natal, sentia falta disto em Feira de Santana, cidade acostumada a destruir o patrimônio histórico, natural, etc.
Procurou saber a que serviu aquele prédio foi informada da Escola Normal, que formava, desde a primeira metade do século 20, as então poderosas e respeitadas professoras.
Acho que foi daí que criou o título do doutorado: Garotas Tricolores (referindo-se à farda da Escola Normal) Deusas Fardadas (o respeito que a profissão de professora impunha no imaginário de época).
Como relata a professora Ione Celeste de Souza, houve um processo de escolarização em massa da sociedade brasileira, nas primeiras décadas do século 20, implementado por movimentos de políticos e intelectuais, no contexto de um movimento chamado de escolanovista.
Seria uma tentativa para sobrepor a imagem real brasileira, que contrastava com as realidades da Europa Ocidental e do emergente EUA.
Ione Celeste foi minha professora na Uefs da disciplina Antropologia, do curso de Historia.
Neste endereço (clique aqui) é possível acessar as primeiras páginas de Garotas tricolores, deusas fardadas: as normalistas em Feira de Santana, 1925 a 1945: