1. ADUFS – Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana 2. ASSAN Associação Esportiva Recreativa e Cultural (Jardim Cruzeiro) 3. Associação Cultural Dois Antônio Capoeira 4. Associação de Moradores do Caseb – Centro Social Nossa Senhora de Fátima 5. Associação Rural de Moradores da Mantiba 6. Associação do Centro Cultural-Desportivo – Afoxé Filhos da Luz 7. Centro de Pesquisa de Religião (CPR – UEFS) 8. Coletivo de Mulheres de Feira de Santana 9. Coletivo Juntos! 10. Coletivo SerTão Livre 11. Feira Movimento 12. FENACAB – Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro 13. FRENEFE – Frente Negra Feirense 14. Grupo de Capoeira Angoleiros do Sertão 15. Grupo de Pesquisa RIZOMA/UEFS 16. Grupo Griô de Capoeira 17. Ilê Axé de Pai Cesar – Tapetara 18. Labelu – Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais (Uefs) 19. Malungo Centro de Capoeira Angola 20. MNU/Feira – Movimento Negro Unificado 21. MOMDEC – Movimento de Organização de Mulheres em Defesa da Cidadania 22. Nennuefs – Núcleo de Estudantes Negras Negros da Uefs 23. Nudes – Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdade na Saúde 24. Pastoral da Juventude 25. Rede de Mulheres Negras de Feira de Santana 26. Sindicelpa- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel do Estado da Bahia. 27. Sindpetro – Sindicato dos Petroleiros da Bahia 28. Terreiro de Mãe Tânia de Oxóssi – Alto do Papagaio 29. Sindborracha – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Borracha de Pneumáticos do Estado da Bahia 30. Campo Nacional de Juventude Pajeú Resistência em Movimento.
Essas foram as entidades populares que assinaram o seguinte Manifesto:
NÃO À DERRUBADA DAS ÁRVORES E POR UMA REAL MOBILIDADE
Diante da proposta de se derrubar as árvores da Avenida Getúlio Vargas e Maria Quitéria, em Feira de Santana, um clima de tensão tem se instalado entre os moradores da cidade e os representantes do poder público. Quem tem acesso a fotos antigas dessas avenidas, pode ter uma noção de quanto tempo essas árvores estão por ali, são árvores de variadas espécies desde Ipês, Flamboyant até algumas que estão ameaçadas de extinção, como é o caso do Ipê Roxo.
As Avenidas Getúlio Vargas e Maria Quitéria vêm sendo utilizadas pela população feirense de várias formas. Grupos político-culturais fincaram raízes naqueles canteiros; caminhadas, corridas e outros exercícios físicos são praticados ao ar livre. O espaço Marcus Moraes bem como a praça de alimentação e a pista de skate, tem sido uma das poucas opções de lazer oferecidas pela cidade para a população local. Além disso, praças como a João Pedreira e a da Bandeira, são espaços que ajudam a contar a história e tradição da cidade. O espaço também é usado por trabalhadores de vários setores, como os sapateiros e os que trabalham nas bancas de revistas e quiosques.
A proposta de desmatamento anda na contramão dos investimentos e acordos internacionais firmados, inclusive pelo governo brasileiro, em defesa do meio ambiente.
O que a cidade precisa e o que nós queremos é a construção de um projeto de mobilidade urbana realmente democrático, o que só pode ser feito a partir do diálogo entre a sociedade civil e o poder público, isto é, por meio da criação de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) que viabilize a construção de alternativas que atendam de fato a maior parte da população. Vale salientar que a questão da mobilidade urbana, não atinge somente quem utiliza o transporte público, já que os engarrafamentos ainda serão um grande problema no centro da cidade, além do que a proposta colocada pelo Prefeito José Ronaldo de Carvalho não beneficiará aqueles que realmente necessitam do transporte coletivo, afinal os bairros de periferia, tais como Mangabeira, Tomba, George Américo, Campo Limpo, Viveiros, Novo Horizonte, Fraternidade, Conceição II, Sítio Matias, Campo do Gado, Asa Branca, Papagaio, Lagoa Subaé ficariam bem distantes e não seriam, portanto, atendidos pelo sistema BRT (Transporte Rápido por Ônibus) construído na Avenida Getúlio Vargas.
Por tudo que foi dito e pelo fato de entendermos que essas árvores são a representação também de nossa história, por nós e pelas novas gerações, viemos através desse documento reivindicar o direito de decidir que tipo de desenvolvimento queremos para nossa cidade. Pela saúde sócio ambiental de nossa cidade, pela manutenção dos espaços de cultura, por uma questão de saúde pública, pelo sentimento de pertencimento, pela preservação dos monumentos históricos, pela mobilidade urbana sustentável e pelo bem viver, dizemos não ao BRT!