O período pós ditadura deixou entranhado na sociedade brasileira, alguns sentimentos que, infelizmente, vem se reproduzindo de forma distorcida na tênue democracia que estamos a construir.
Fazer política pela oposição é no olhar de quem está no poder, a prática da politicagem, de tudo fazer para destruir a posição de quem detém o poder.
Criticar atos da administração podem e são interpretados como comportamento centrados em desestabilizar o epicentro .
Mas aí me vem à pergunta, qual o papel da oposição?
A resposta remonta aos 20 anos de chumbo deste país, em que somente dois partidos disputavam os votos brasileiros , Arena e Mdb. Eram tempos de submissão, e isto foi trazidos aos dias atuais.
Incrível, mas na maioria das cidades existia apenas um partido dividido em sub legendas, Arena I e Arena II, pasmem jovens, era assim mesmo. Um partido se dividia em dois e até três, não existia oposição, existiam grupos que disputavam quem agradava mais os ricos encastelados no poder.
Este comportamento abriu espaço para o voto comprado, pago com dinheiro e benesses do tipo , tijolo, remédio e emprego. Era o sepultamento do político na verdadeira acepção da palavra.
Quem não for deste jeito fisiológico de fazer política é de imediato taxado de vândalo, vagabundo, e não ter o que fazer, inclusive chegam a mandar lavar uma trouxa de roupa suja.
De novo , esta expressão que remonta aos escravos recém libertos que buscavam lavar roupas das classes ricas e preguiçosas, para se manter com vida.
Ora, então lutar pela cidade onde reside, se tornou ato de quem pretende fazer oposição por oposição ? Existe um monopólio de que, em uma cidade apenas quem pode fazer política, são os políticos, os que detém grana para compras as rotinas diárias das pessoas?
Aí eu mesmo respondo, o direito de fazer política é de todos, o direito de se fazer ler e ouvir é de todos, mesmo que o rádio não toque, mesmo que a tevê não mostre, aqui vamos nós.